27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO10e - Desigualdades Espaciais |
24946 - ANÁLISE ESPACIAL DA MORTALIDADE POR HOMICÍDIOS EM BELO HORIZONTE: UMA COMPARAÇÃO INTRA-VILA ANTES E DEPOIS DE UM PROJETO DE REURBANIZAÇÃO DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE AMÉLIA AUGUSTA DE LIMA FRICHE - OSUBH/UFMG, MARIA ANGÉLICA DE SALES DIAS - OSUBH/UFMG, RAFAEL NICOLINO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO JEQUITINHONHA, WALESKA TEIXEIRA CAIAFFA - OSUBH/UFMG
Apresentação/Introdução A segregação territorial de favelas nas grandes cidades é um dos determinantes da violência urbana. Assim, projetos estruturantes de urbanização de vilas e favelas podem ser importantes para a diminuição dos homicídios e para melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem nestes territórios. Neste estudo um projeto de reurbanização de favelas da Prefeitura de Belo Horizonte(PBH) foi avaliado.
Objetivos Avaliar a tendência espacial de mortalidade por homicídios e sua relação com o calendário e localização de intervenções de requalificação urbana do projeto Vila Viva, da PBH, em uma favela de Belo Horizonte, numa comparação intra-vila.
Metodologia Neste estudo, utilizou-se análise espacial para avaliação da distribuição de homicídios numa favela com intervenções do Vila Viva, considerando os tempos pré e pós-intervenção. A elipse direcional padrão (standard deviational elipse) foi calculada para elucidar as tendências direcionais dos pontos geográficos dos homicídios. Foi também calculada a mediana geográfica de todos os pontos dos dois períodos. A partir da malha das obras e dos pontos geográficos de residência das vítimas dos homicídios, determinou-se a mediana da menor distância entre os locais dos homicídios e o polígono das obras, e por meio do teste de Kruskal-Wallis, comparou-se a diferença entre as medianas nos períodos pré e pós-intervenção.
Resultados Os resultados deste estudo, parte de um estudo com métodos mistos quantitativos e qualitativos: o BH-VIVA, avaliando a elipse direcional e a mediana dos pontos demonstram um deslocamento espacial dos casos de homicídios por local de residência com distanciamento dos locais de obras, no período pós- intervenção comparado ao período pré-intervenção. A análise da distância dos pontos de homicídios dos locais de obras, apontou mediana de 19.33 metros no período pré-intervenção e de 39.18 metros no pós-intervenção, com diferença significativa (p = 0.01) entre os dois períodos.
Conclusões/Considerações Os resultados sugerem a influência das obras nos pontos dos homicídios por residência, com tendência ao distanciamento dos locais de maiores concentrações de obras. Novas análises mais aprofundadas para a compreensão do papel das intervenções nos locais e nas taxas de homicídios, incluindo o cruzamento entre local de ocorrência e de residência dos homicídios, são necessárias para melhor compreender este resultado.
|