26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO10c - Promoção da Saúde e Cuidado |
22639 - POLÍTICAS HABITACIONAIS E SAÚDE: CONTRIBUIÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA (WHOQOL-100) PARA A AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS INTERSETORIAIS BEATRIZ FERREIRA DE CARVALHO - UNIVAP, EDVALDO GONÇALVES AMORIM - UNIVAP, MARIA ANGÉLICA TONIOLO - UNIVAP, CARLA CAROLINE INOCÊNCIO - UNIVAP, CAROLINA FARACO CALHEIROS MILANI - UNIVAP, GABRIELE SILVA LIMA - UNIVAP, PAULA VILHENA CARNEVALE VIANNA - UNIVAP
Apresentação/Introdução A habitação saudável, direito de todos, deve proporcionar ao homem e à sociedade o alcance de seu pleno potencial. Contribui para isso a implementação de políticas públicas saudáveis, que estruturem ambientes promotores da saúde. Nesse sentido, moradias disponibilizadas pelas políticas habitacionais devem considerar outros parâmetros além da residência propriamente dita.
Objetivos Avaliar a aplicabilidade de um questionário de qualidade de vida para analisar a relação entre ambiente e qualidade de vida em moradores de um empreendimento habitacional no município de São José dos Campos, SP, entregue no ano 2011.
Metodologia O questionário WHOQOL, instrumento elaborado e validado pela OMS, foi aplicado a 102 moradores de um conjunto habitacional composto por 256 moradias.
O questionário abrange seis domínios. A análise se aterá ao domínio ambiente, cujas 32 questões distribuem-se em oito facetas: segurança física e proteção; ambiente no lar; recursos financeiros; cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade; oportunidades de adquirir novas informações e habilidades; participação em, e oportunidades de recreação/lazer; ambiente físico; transporte. Os escores foram considerados de 0 a 100, sendo 0 correspondente ao pior estado geral de saúde e 100 correspondente ao melhor estado de saúde.
Resultados O escore de qualidade de vida (59,56) foi relativamente baixo em comparação à literatura, que tem como público alvo principalmente pessoas com doenças crônicas ou trabalhadores sujeitos a desgaste físico e/ou emocional. Escores altos representam alta qualidade de vida e escores baixos, baixa qualidade de vida.
O domínio ambiente apresentou o menor escore em relação aos demais, (45,60), sendo as facetas pior avaliadas: recursos financeiros (38,54), segurança física e proteção (41,97) e ambiente físico (41,97). Apenas duas facetas foram avaliadas positivamente por mais de 50% dos respondentes. Estudos nacionais corroboram esses achados; o ambiente é o domínio que apresenta menores valores.
Conclusões/Considerações Os achados encontrados confirmam os múltiplos usos do WHOQOL. O manual da OMS, além do uso na prática médica, pesquisa, auditoria, avaliação da efetividade e dos méritos relativos de diferentes tratamentos, recomenda o uso do instrumento na elaboração e avaliação de políticas.
A baixa avaliação do domínio ambiente destaca a importância do olhar ampliado sobre a saúde nas políticas habitacionais, que não parecem priorizar a habitação saudável.
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