26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO10b - Intersetorialidade |
28394 - PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: O DESAFIO DA INTERSETORIALIDADE. ANTÔNIO PAULO GOMES CHIARI - PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE, RAQUEL CONCEIÇÃO FERREIRA - UFMG, JOÃO HENRIQUE LARA DO AMARAL - UFMG, KECYANNE MALHEIROS MACHADO - UFMG, MARIA INÊS BARREIROS SENNA - UFMG
Apresentação/Introdução O trabalho intersetorial entre educação e saúde é a estratégia proposta pelo Programa Saúde na Escola (PSE). O programa visa contribuir para a formação integral dos estudantes através de ações compartilhadas. Pesquisas recentes ressaltam o caráter inovador da ação intersetorial proposta pelo PSE, mas avaliam que a sua efetivação tem encontrado enormes dificuldades no campo das práticas.
Objetivos Compreender a percepção dos diretores de escolas, gestores de unidades de saúde e trabalhadores locais sobre o PSE.
Avaliar a inserção destes atores no PSE, evidenciando os processos comunicativos utilizados no desenvolvimento das ações do programa.
Metodologia Estudo de caso da rede local do PSE em uma regional do município de Belo Horizonte, MG. Os sujeitos de estudo foram os diretores de escolas (três), gestores de unidades básicas de saúde (quatro) e os trabalhadores de nível superior destes mesmos equipamentos - professores (seis), enfermeiras (oito), médicos (sete) e cirurgiões-dentistas (cinco). A coleta de dados foi realizada através de entrevista com roteiro semi-estruturado. Critério de saturação foi utilizado para definir o número total de entrevistas realizadas. O material coletado foi trabalhado segundo a técnica de análise de conteúdo. O software N Vivo 10 foi utilizado para manuseio do material.
Resultados Os diretores das escolas foram os profissionais que demonstraram maior conhecimento do programa. O desconhecimento é mais evidente no setor saúde. Poucos entrevistados relataram participação no planejamento e na execução de ações do programa. Mesmo quando há o reconhecimento de participação em alguma ação do PSE, esta é realizada de maneira isolada, desarticulada de qualquer processo de planejamento e avaliação. Evidenciou-se uma sensação de externalidade em relação ao PSE. O programa é percebido como responsabilidade de profissionais especificamente designados para o PSE: o monitor da escola e a enfermeira do PSE. Processos comunicativos entre educação e saúde não foram identificados.
Conclusões/Considerações Em um programa que tem a intersetorialidade como estratégia central, permanece o isolamento entre educação e saúde. A presença de profissionais específicos para as ações do PSE - monitor e enfermeira do PSE - cria referências, mas desresponsabiliza os outros membros das equipes. As ações do PSE dentro das escolas permite aos profissionais da educação uma maior capacidade de análise do programa, sem significar um maior envolvimento com o mesmo.
|