28/07/2018 - 14:30 - 16:00
CO8e - Democracia, Participação e Controle Social na Saúde CO 5 |
22204 - MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA: CONCEPÇÕES, ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS DE CUIDADO EM SAÚDE, NO PERÍODO 1980-1990.
LARISSA D. VIEIRA BARROS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA - UFBA, MÁRCIA VIEIRA LIMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA, NAILDES ARAÚJO PEREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA
Apresentação/Introdução
Diante da atual conjuntura, em que os direitos sociais se encontram ameaçados, faz-se necessário identificar atores capazes de fortalecer a luta pela defesa da democracia e direto à saúde. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) se apresenta como uma importante organização política, capaz de contribuir na correlação de forças em defesa do direito à saúde
Objetivos
Analisar as concepções , estratégias e práticas de cuidado em saúde do MST no período 1980-1990, buscando identificar como estas se expressam no discurso e na prática cotidiana e suas estratégias de mobilização e luta pela democracia e saúde.
Metodologia
Como parte da pesquisa em andamento, o estudo se realiza a partir da análise documental de boletins, jornais, cartilhas e congressos internos do MST, bem como, leitura e discussão de matérias publicadas pelo CEBES e ABRASCO, e artigos referentes à saúde e MST. Foram realizados ainda, participação/observação em feiras agroecológicas do MST e eventos sobre a conjuntura política e medidas de austeridade que afetam o sistema de saúde. Como estratégia de sistematização e organização das informações foi elaborada uma matriz com as seguintes categorias: tipo de documento; local e ano de publicação; número; referência completa; temas gerais; Saúde e abrangência/alcance do documento.
Resultados
Os primeiros boletins foram publicados pelos sem terra em 1981, antecedendo a institucionalização do MST, em 1984 se tornou um jornal de alcance nacional. Estes documentos expressam um conceito amplo de saúde, compreendida como direito e dever do Estado, denunciam os adoecimentos e mortes causadas pelas condições de vida e uso de agrotóxicos. O uso das plantas medicinais se mostra como elemento de manutenção da cultura e conhecimentos tradicionais. As reinvindicações por saúde foram percebidas nos atos de ocupação, organização de congressos, caminhadas e diálogo com o Estado e seus entes. No entanto percebe-se que as pautas de reivindicações centralizam-se no acesso aos serviços de saúde.
Conclusões/Considerações
De acordo com as análises realizadas a luta pela Reforma agrária defendida pelo MST considera não apenas a distribuição de terra, mas a democratização de bens e serviços socialmente produzidos, incluindo o acesso à saúde. No entanto as reivindicações centram-se no acesso aos serviços, demonstrando fragilidade na concepção ampliada de saúde. Apesar do MST ser contemporâneo a RSB, não foram identificados dialogo entre ambos.
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