27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO8c - Democracia, Participação e Controle Social na Saúde CO 3 |
28117 - GREVE NA APS CARIOCA: INTERAÇÃO ENTRE PROFISSIONAIS E POPULAÇÃO E SEU REFLEXO NA PARTICIPAÇÃO POPULAR SOB A ÓTICA DE DUAS RESIDENTES DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE. VANESSA ARAUJO ARGOLO - CENTRO DE SAÚDE GERMANO SINVAL FARIA- ENSP, ANA BEATRIZ VICTORINO MACHADO - CENTRO DE SAÚDE GERMANO SINVAL FARIA-ENSP, ERNESTO FARIA NETO - CENTRO DE SAÚDE GERMANO SINVAL FARIA-ENSP
Período de Realização Outubro a Dezembro de 2017 durante a greve dos profissionais da Atenção Primária à Saúde no Rio.
Objeto da Experiência A interação entre os profissionais de saúde e a população atendida durante o movimento de greve e seus reflexos na mobilização popular.
Objetivos Refletir sobre o processo de comunicação entre profissionais de saúde e usuários da APS em Manguinhos durante o período de greve. Discutir e contextualizar o comportamento desses atores durante a experiência e a capacidade de mobilização das ações desenvolvidas.
Metodologia Relato produzido a partir da reflexão de duas residentes em Medicina de Família e Comunidade, sustentado em portfólio reflexivo gerado ao longo da interlocução com o serviço e o território no período da greve em Manguinhos. A discussão se deu a partir das observações feitas durante as atividades de sala de espera; panfletagem no território e abordagens individuais ou em pequenos grupos em consultas e visitas a área.
Resultados A participação popular nos fóruns e protestos realizados foi discreta. Os motivos e pautas da greve não estavam claros para a população e notou-se uma postura mais passiva destes durante as interações. Houve predomínio de abordagens informativas e panfletárias por parte dos profissionais de saúde, com falas mais expositivas do que questionadoras. Foi percebido uma dificuldade em lidar com reações de frustração dos pacientes pela diminuição do número de atendimentos.
Análise Crítica A cultura política no Brasil ainda é pouco participativa, apesar de três décadas de Democracia. Além disso, ao se tratar de uma greve deflagrada pelos profissionais de saúde e que teve como estratégia e não elemento estruturante a participação popular, pode influenciar os resultados. Por fim, as interações realizadas refletem um pobre domínio das ferramentas de educação popular, que, somado a histórica exclusão social vivida nas comunidades, prejudicou uma postura protagonista da população
Conclusões e/ou Recomendações O processo de comunicação realizado durante a greve da APS em Manguinhos não conseguiu fomentar uma mobilização popular expressiva. Os diferentes contextos sociais nos quais estão inseridos os sujeitos envolvidos geram diferentes noções de direitos e um certo estranhamento que dificulta sua atuação conjunta na luta por melhorias na saúde. Ferramentas propostas pela educação popular podem contribuir para a construção desse lugar comum.
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