27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO8c - Democracia, Participação e Controle Social na Saúde CO 3 |
25547 - BLOGUES DE SAÚDE E CIBERATIVISMO: QUEM SÃO OS ATORES DO CONTROLE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL DIRETA NO SUS ATRAVÉS DA INTERNET? DÉBORA ALIGIERI - FSP/USP, MARÍLIA CRISTINA PRADO LOUVISON - FSP/USP
Apresentação/Introdução A internet trouxe novas possibilidades de interações sociais, constituindo-se como arena pública de debates onde “ciberativistas” em saúde promovem atividades de controle e participação social nas políticas de saúde. Uma abertura importante para usuários do SUS que, tendo voz, nem sempre encontram espaços para propagá-la, em função de sua posição desprivilegiada nas relações políticas de poder.
Objetivos Contribuir com a produção de novas visibilidades de “ciber-usuários” do SUS como protagonistas/construtores dos saberes (experiências compartilhadas) e das políticas públicas de saúde, através da análise dos perfis de autores de blogues de saúde.
Metodologia Trata-se de análise preliminar exploratória, integrante de pesquisa qualitativa de mestrado sobre os blogues de pessoas com diabetes como estudo de caso, para investigar o impacto das ações dos “ciberativistas” nas políticas públicas de saúde.
Através de buscas no google, catalogou-se 30 blogues observando-se os seguintes critérios: temática relacionada à vida das pessoas com diabetes (portadores da doença) e dos cuidadores (parentes); atividade contínua há pelo menos 03 anos; existência de dados sobre os autores. Excluíram-se blogues institucionais (revistas, clínicas de saúde, ONG’s, associações, empresas e fabricantes de produtos) e de profissionais e estudantes da área de saúde.
Resultados Os autores pertencem a 8 Estados brasileiros, sendo 16 de São Paulo, 7 do Rio de Janeiro, 2 de Minas Gerais. Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Paraíba, e Alagoas tem 1 autor cada. A maioria dos blogues foi criada a partir de 2010 (entre 3 a 5 por ano). 24 autores são pacientes e 6 são mães de crianças com diabetes. A faixa etária varia entre 24 e 45 anos, sendo mais de 80% do sexo feminino. O diabetes tipo 1 prevalece como diagnóstico dos filhos das autoras-genitoras e dos autores pacientes, com apenas uma exceção. As narrativas relacionam-se ao cotidiano da convivência com a doença e tensionam o direito aos insumos, limitando a responsabilidade do SUS à assistência farmacêutica.
Conclusões/Considerações Os dados preliminares sugerem possíveis relações entre: a proporção de portadores da doença e de “ciberativistas” por região; idade e participação social no ciberespaço; autores do sexo feminino e cuidados em saúde; predominância de autores convivendo com diabetes tipo 1, assim como o período de maior criação dos blogues, e as recentes políticas de saúde direcionadas aos seus portadores. Essas hipóteses serão analisadas na pesquisa em andamento.
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