27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO8b - Democracia, Participação e Controle Social na Saúde CO 2 |
27220 - EDUCAÇÃO EM SAÚDE E SEUS REFLEXOS NO ACESSO E NA QUALIDADE DA ATENÇÃO NOS ATENDIMENTOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) PARA LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS PAULO ROBERTO TELLES PIRES DIAS - UFF E UERJ, MATHEUS DE OLIVEIRA PAIVA - UFF, MARIANNA DA COSTA MOREIRA DE PAIVA - UFF
Apresentação/Introdução Questões de identidade de gênero e orientação sexual causam enfrentamentos diários nas diversas esferas da sociedade. Ainda que a abordagem integral da saúde pelo SUS reconheça implicação de práticas sociais e sexuais como determinantes no processo saúde/doença, regularmente nos atendimentos clínicos a pessoas LGBT ocorrem violações de direitos humanos, desencadeantes de sofrimento ou adoecimento.
Objetivos Este trabalho analisa como aspectos relacionados à identidade de gênero e orientação sexual podem influenciar no acesso e na qualidade da atenção à saúde para a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no SUS.
Metodologia Os dados referentes ao município do Rio de Janeiro provêm de uma pesquisa multicêntrica e de abrangência nacional realizada pelo Ministério da Saúde. Foram coletados dados quantitativos e qualitativos entre usuários LGBT do SUS, profissionais de saúde das unidades básicas e gestores de saúde. No presente estudo utilizam-se as entrevistas qualitativas realizadas através de questionários abertos entre os profissionais de saúde, o qual avaliou questões relativas ao atendimento à população LGBT e conhecimento das políticas de saúde direcionadas à esta população. A metodologia da análise do discurso foi empregada para avaliação de tais dados.
Resultados A falta de capacitação dos profissionais evidencia-se no desconhecimento das peculiaridades dos usuários LGBT, na generalização do seu perfil de demandas, com enquadramento sistemático de suas queixas como DST e na insipiência quanto à política nacional de saúde LGBT. Ressalta-se que esse despreparo se reflete numa comunicação insatisfatória entre os personagens no atendimento e em inferências baseadas na cis/heteronormatividade. Achados sugerem deficiências na formação dos profissionais, de modo a não contemplar especificidades da população LGBT e não se verifica uma busca voluntária por uma atualização sobre o tema, prejudicando a qualidade dos serviços e resolutividade das demandas.
Conclusões/Considerações Faz-se necessária intervenção na grade curricular dos cursos da área de saúde, disponibilização de informações adequadas, além da promoção da capacitação prevista na Política Nacional de Saúde Integral LGBT, para assegurar direitos de cidadania nas ações e serviços de saúde. Espera-se contribuir na perspectiva de criação de uma nova lógica organizacional de ações e serviços, pautados em valores como a inclusão e a integralidade do cuidado.
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