27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC18a - Gestão da Assistência farmacêutica |
26929 - DESPESAS DOS IMUNOSSUPRESSORES NO BRASIL DE 2010 A 2015: TENDÊNCIAS E FATORES DETERMINANTES JÉSSICA DE CASTRO ALVES - INSTITUTO RENÉ RACHOU/FIOCRUZ, CLAUDIA GARCIA SERPA OSORIO DE CASTRO - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA, BJÖRN WETTERMARK - KAROLINSKA INSTITUTET/SUÉCIA, TATIANA CHAMA BORGES LUZ - INSTITUTO RENÉ RACHOU/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Os Imunossupressores modulam a resposta imunológica e são utilizados na manutenção de transplantes de órgãos e no tratamento de doenças autoimunes. Os custos com imunossupressores representam um peso crescente para os sistemas de saúde em todo o mundo, portanto uma compreensão abrangente de como a aquisição está sendo realizada proporciona um forte apoio ao desenvolvimento de políticas para compras mais efetivas.
Objetivos Este estudo analisa as tendências de gastos dos imunossupressores em geral e por subgrupos terapêuticos no Brasil, de 2010 a 2015, e identifica os principais fatores que contribuem para o aumento das despesas.
Metodologia Todos os dados referentes às compras de medicamentos foram retirados do banco de dados do Sistema Federal de Compras (SIASG). As compras foram agrupadas por volume (número de unidades compradas) e por despesa (número de unidades compradas multiplicadas pelo preço unitário) para cada ano. As despesas foram ajustadas de acordo com a inflação de 31 de dezembro de 2015. Para estudar os imunossupressores responsáveis por 90% dos gastos, foi aplicada a metodologia DC90%. Um modelo de análise de decomposição foi utilizado para avaliar o impacto do preço, quantidade comprada e escolha terapêutica nas despesas com imunossupressores.
Resultados De 2010 a 2015, foram gastos mais de R$ 13 bilhões na aquisição de 623,7 milhões de unidades de imunossupressores. Os inibidores de TNF-α foram responsáveis pelo maior gasto (R$ 8,8 bilhões), representando 67% das despesas totais. Durante o período analisado, o gasto com imunossupressores aumentou 1,49 vezes, sendo a quantidade adquirida o principal fator explicativo para o aumento observado. Além disso, a escolha terapêutica também foi fator importante, especialmente para as subclasses dos seletivos, inibidores de calcineurina e outros imunossupressores. Apenas dez medicamentos foram responsáveis por 90% das despesas totais.
Conclusões/Considerações A introdução de novos produtos influenciou significativamente no crescimento das despesas. A adoção de novas tecnologias no sistema de saúde brasileiro deve ser feita com cautela, considerando os valores terapêuticos e o impacto financeiro de cada novo medicamento para garantir a sustentabilidade do sistema.
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