26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO18a - Uso Apropriado de Medicamentos |
23225 - EQUIDADE INTRAURBANA NA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS ESPECIALIZADOS PARA ESQUIZOFRENIA: MARCAS DO NÍVEL SOCIOECONÔMICO NOS ITINERÁRIOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE EDUARDO VIEGAS DA SILVA - SES/RS, ANDRÉ KLAFKE - GHC, LUCIANE KOPITTKE - GHC
Apresentação/Introdução Características do sistema de saúde interagem com status social e condicionam o acesso a tecnologias. Os inquéritos populacionais no Brasil não abarcam, de forma sensível, o acesso aos medicamentos de mais alto custo. Em que medida a rede de saúde mental de Porto Alegre propicia equidade no uso do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica?
Objetivos Avaliar relações da utilização de medicamentos especializados para esquizofrenia em Porto Alegre com desigualdades sociais e itinerário do usuário na rede de atenção à saúde.
Metodologia Estudo transversal com todos os 1.547 indivíduos em tratamento contínuo há pelo menos 12 meses. Os dados são oriundos do sistema estadual de medicamentos especializados, do Cadastra Nacional de Estabelecimentos de Saúde e de análise documental de prescrições médicas. Para estratificar o território em quartil socioeconômico foi utilizado o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal das 335 microáreas de Porto Alegre, obtidos no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Foram aplicados intervalo de confiança de 95% para razão de taxas de utilização e teste qui-quadrado para comparação de proporções de medicamento utilizado, de prescrições oriundas do SUS e oriundas de especialistas.
Resultados O estrato 1, mais pobre, apresentou utilização inferior de medicamentos especializados frente aos demais: quartil 2 (1,74, IC 95% 1,41-2,07), quartil 3 (1,74, IC 95% 1,41-2,06) e quartil 4 (1,69, IC 95% 1,40-1,98). A proporção de prescrições privadas teve aumento constante do quartil 1 (13,7%) ao quartil 4 (48%) (p<0,05). Houve superioridade significativa na proporção de prescrições de psiquiatras no estrato mais rico, para o qual a proporção superior de dispensações de medicamentos de maior valor unitário foi relevante. O estrato mais pobre de Porto Alegre utiliza menos medicamentos especializados dispensados pelo SUS para esquizofrenia e, dentre estes, usa menos aqueles de mais alto custo.
Conclusões/Considerações Evidenciam-se assimetrias nos itinerários de acesso aos medicamentos em favor do estrato mais rico, cenário associado à dupla cobertura, acesso a médico psiquiatra e padrão prescritivo das equipes frente à vulnerabilidade social envolvida na coordenação do cuidado. A integração clínica da assistência farmacêutica com os demais pontos da rede de atenção pode induzir um uso mais equânime e determinado pelas necessidades de saúde dos usuários.
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