27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC11a - Direitos Humanos e Políticas Públicas |
23561 - O DIREITO À SAÚDE PÚBLICA PERCEBIDO PELOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO EM RECIFE-PE ANDRE PAES VIANA - UFRPE, JOSEANA MARIA SARAIVA - UFRPE, JULIANA PAES LOPES DOS SANTOS - FAVIP
Apresentação/Introdução Após criação do Sistema Único de Saúde, a saúde no Brasil começou a trilhar novos caminhos garantindo a população, o direito à saúde gratuita. A compreensão, por parte dos usuários, da saúde como direito é fundamental para melhorias contínuas nos serviços. A partir das Representações Sociais dos sujeitos entrevistados a compreensão da saúde como direito apresentou diferentes visões e perspectivas.
Objetivos Este trabalho tem como objetivo apresentar o entendimento sobre o direito à saúde pública a partir das visões, concepções, valores, expectativas e condições de vida dos usuários das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Recife-PE.
Metodologia Através da pesquisa qualitativa foi possível trabalhar com o estudo de caso e com o método de análise das Representações Sociais, aprofundando as representações subjetivas dos sujeitos fundamentadas no senso comum, construtor da realidade social. O estudo tem como amostra 5 UPAs localizadas na cidade do Recife-PE. A escolha da amostra se deu em função da cidade concentrar o maior número de unidades no Estado. A pesquisa foi realizada com 25 usuários, considerando 5 usuários por UPA. A entrevista estruturada foi utilizada como técnica principal de coleta de dados. As respostas foram tabuladas e foram criadas categorias de análises, agrupadas conforme semelhança das respostas.
Resultados Os resultados apontam que para a maioria dos entrevistados (52%), ter direito à saúde pública significa ter atendimento médico de graça (exames, consultas, cirurgias, etc), percebe-se neste grupo uma limitação na compreensão da gratuidade dos serviços. Para (44,67%), ter direito à saúde pública significa “ter serviço de saúde sem restrições (é um direito de todos garantido pelo governo)”, concepção da saúde pública como valor coletivo. No entanto, apenas dois usuários (6,67%) demonstraram compreender que o direito à saúde pública não é de graça, quando dizem que “é o retorno ao pagamento de impostos, é poder usufruir dos altos impostos pagos”.
Conclusões/Considerações Quando o usuário se sente negligenciado o grau de confiança no SUS diminui. A falta de consciência política acerca da saúde pública como direito promove à permanência da situação de precarização dos serviços de saúde prestados a população brasileira. Compreender a saúde pública como um Direito envolve, sobretudo, a capacidade de lutar por espaço de poder, por serviços sociais e por estratégias de enfrentamento das desigualdades sociais.
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