29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC20k - Avaliação e Qualidade em Saúde |
23294 - AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO CHECKLIST DE CIRURGIA SEGURA: UM DESAFIO PARA MELHORAR A SEGURANÇA DO PACIENTE CIRÚRGICO LUCIANE RIBEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, RONALDO ROCHA BASTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, FRANCIELLE SOUZA DO NASCIMENTO MARQUIONI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, TIAGO RICARDO MOREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Apresentação/Introdução Eventos adversos em pacientes cirúrgicos apresentam elevada incidência, acarretam danos graves aos pacientes e aumentam de forma expressiva os custos do tratamento. A Organização Mundial de Saúde recomenda a utilização de um checklist para melhorar a segurança em cirurgia. Estudos demostram que a utilização do checklist reduz as taxas de mortalidade e de complicações entre pacientes cirúrgicos.
Objetivos verificar a adesão ao checklist de cirurgia segura em um Hospital de ensino de médio porte a partir da observação do preenchimento desse instrumento nos prontuários de pacientes cirúrgicos.
Metodologia Estudo transversal com 334 pacientes submetidos à cirurgia pelo Sistema Único de Saúde em 2015. Utilizou-se amostragem sistemática. Os dados foram coletados com auxílio de um instrumento baseado no checklist padrão da OMS. A variável dependente foi a adesão ao checklist definida como a presença do instrumento no prontuário. A amostra foi descrita por distribuição de frequências. A prevalência de adesão ao checklist foi estimada. A análise bivariada investigou a associação do desfecho com as variáveis independentes. A força dessa associação foi avaliada por meio da Regressão Logística Multivariável. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer n º 1.708.651.
Resultados Na amostra houve predominância de pacientes do sexo feminino (48,20%), com idade entre 21 e 40 anos (30,53%). As especialidades cirúrgicas mais prevalentes foram a cirurgia geral (23,1%), ginecológica (21%) e ortopédica (21,3%). Verificou-se a existência do checklist em 90,72% dos prontuários. Nenhum prontuário apresentou checklist totalmente preenchido. Foram encontrados três instrumentos em branco. A variável “classificação da cirurgia quanto à urgência” esteve associada à existência de checklist no prontuário. Em cirurgias eletivas, identificou-se uma chance quatro vezes maior de se utilizar o instrumento (OR:4,02; IC95%:1,8571-8,728) do que em cirurgias de urgência/emergência.
Conclusões/Considerações apesar do elevado percentual de prontuários com a presença do checklist, em nenhum deles encontrou-se um instrumento totalmente preenchido. Dessa forma, o checklist pode não estar produzindo o efeito esperado na segurança do paciente cirúrgico. Mesmo que o instrumento já tenha sido introduzido na prática cirúrgica, os resultados aqui encontrados revelam que a sustentabilidade para sua adequada utilização ainda configura-se como um grande desafio.
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