28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC20h - Avaliação da qualidade da atenção |
22773 - FOI BOM PARA VOCÊ? SATISFAÇÃO NO USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL HEITOR FRANCO WERNECK - AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR, ETIENNE LARISSA DUIM NEGRINI - FSP/USP, GISELE LIMA DE ALMEIDA - PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION
Apresentação/Introdução A criação do SUS reorganizou o sistema de saúde rumo a um modelo serviço nacional de saúde, estabelecendo cobertura universal, gratuidade no uso e lista aberta da cesta de serviços. Esta redução das barreiras de acesso, com amplo pacote de benefícios, proporcionou maior utilização de serviços de saúde pela população. Mas qual é o nível de satisfação dos usuários de serviços de saúde no Brasil?
Objetivos Este trabalho analisa a avaliação dos usuários de consultas e internações no Brasil, segundo fonte pagadora – SUS, planos de saúde ou desembolso direto – com base nos dados da PNAD 1998, 2003, 2008 e PNS 2013.
Metodologia Analisamos a satisfação com internações nos últimos 12 meses e consultas médicas em 2 semanas. PNS não dispunha da avaliação geral da consulta, contudo possibilitou a abertura da análise por 12 diferentes aspectos da experiência dos usuários com as consultas. Usamos regressões de Poisson para estimar as prevalências de avalição satisfatória (boa e muito boa), tomando em conta o desenho amostral das pesquisas. Utilizamos como controles sexo, idade, raça, renda, escolaridade, posse de plano de saúde, auto-avaliação do estado de saúde e região do país. Avaliamos as experiências dos usuários dos serviços, comparando 3 fontes de financiamento: SUS, plano de saúde ou desembolso direto.
Resultados A satisfação com as consultas e internações é grande e mantem-se assim no tempo. Todavia, há diferenças entre as fontes de pagamento. Enquanto no SUS, 80% dos usuários consideram suas consultas boas ou muito boas, este percentual se eleva para 94% quando pagas diretamente pelo usuário ou pelos planos de saúde. Nas internações, 84% dos usuários do SUS avaliam sua experiência como boa ou muito boa, mas ela melhora quando obtida por desembolso direto (91%) e quando paga pelos planos (93%). Mulheres avaliam melhor que os homens e aqueles com pior estado de saúde, reportam pior experiência com os serviços. A impossibilidade de escolher o profissional é o que mais desagrada o usuário no SUS.
Conclusões/Considerações Nossos resultados mostram elevado grau de satisfação dos usuários com os serviços de saúde. Todavia, as significativas e constantes diferenças entre as fontes pagadoras revelam que há uma margem de melhora na prestação do serviço no SUS que senda atingida proporcionará mais satisfação e confiança da população no sistema público. A impossibilidade de escolher o profissional no SUS é fonte de insatisfação e deve ser alvo de política específica.
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