27/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC20e - Avaliação da Atenção pré-Natal no Brasil |
22026 - BARREIRAS ACESSO GEOGRÁFICO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE MATERNA NO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO
NÚBIA CRISTINA DA SILVA - UFMG, THIAGO AUGUSTO HERNANDES ROCHA - UFMG, ALLAN CLAUDIUS QUEIROZ BARBOSA - UFMG, ELAINE THUMÉ - UFPEL, ERIKA BÁRBARA ABREU FONSECA THOMAZ - UFMA, REJANE CHRISTINE QUEIROZ - UFMA, CATHERINE ANN STATON - DUKE UNIVERSITY, JOÃO RICARDO NICKENIG VISSOCI - DUKE UNIVERSITY, LUIZ AUGUSTO FACCHINI - UFPEL
Apresentação/Introdução
A oferta de serviços de saúde pelos no SUS ainda encontra vários desafios para garantir cuidados maternos de qualidade, bem como acesso ao rol mínimo de serviços recomendados pela Organização Mundial de saúde. Em 2014, a rede hospitalar de atenção materna brasileira estava sobrecarrega, mesmo sendo composta de 510 centros de alta demanda (CAD),responsáveis por mais de 1.000 partos/mês cada.
Objetivos
Considerando as iniquidades no acesso à atenção hospitalar de alta complexidade, o presente trabalho objetivou avaliar se vazios assistenciais relacionadas à atenção hospitalar à saúde materna poderiam ser cobertos por hospitais de pequeno porte.
Metodologia
O nosso estudo é categorizado como ecológico transversal. A distribuição dos hospitais de pequeno porte (HPP) e dos CAD foi analisada para identificar os municípios com falta de acesso a CAD, mas que contavam como uma boa cobertura de HPPs com capacidade cirúrgica. Os dados referentes às 510 CAD e dos 3524 HPP foram geolocalizados. O modelo de gravidade foi implementado com o uso da abordagem de two step floating catchment area para caracterização dos índices de acessibilidade à atenção ofertada, tanto pelos HPP quanto pelos CAD. Os níveis de acesso a ambos foram sobrepostos para identificar regiões caracterizadas por vazios assistenciais.
Resultados
A sobreposição da acessibilidade geográfica entre os HPPs e os CAD destacou diferentes situações. As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do país exibiram um padrão de falta de acesso a CAD, muito em função da aglomeração de hospitais em grandes centros e do grande contingente populacional a ser atendido. Apesar disso, para as regiões centro-oeste e para Minas Gerais, há boa cobertura de HPPs com capacidade cirúrgica em regiões sem acesso a CAD. A região Nordeste, apesar de contar com boa cobertura de HPPs em regiões marcadas por lacunas de acesso a CAD, não se beneficiaria de uma reorientação de fluxos para os HPPs, pois esses são desprovidos de capacidade cirúrgica mínima.
Conclusões/Considerações
Este estudo demonstrou que os HPPs podem contribuir para minimizar iniquidades de acesso, desde que haja uma reorganização das redes de acesso. Em algumas regiões o acesso a atenção à saúde materna poderia ser melhorado com uma redefinição de papéis assistenciais. A utilização de geoprocessamento evidenciou nuances, quanto à acessibilidade de serviços de urgência, capazes de fomentar o debate sobre políticas para melhoria do acesso.
|
