27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC20a - Avaliação, Planejamento e Gestão em Saúde |
21670 - REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS GESTORES MUNICIPAIS SOBRE A REDE DO SUS EM MUNICÍPIOS ISOLADOS E REMOTOS YAMILA COMES - UNB, SHIMIZU HELENA - UNB, LUCELIA LUIZ PEREIRA - UNB, LEONOR MARIA PACHECO SANTOS - UNB, XIMENA PAMELA DÍAZ BERMÚDEZ - UNB
Apresentação/Introdução O Sistema Único de Saúde (SUS) é organizado para garantir as necessidades de saúde da população por meio de um sistema coordenado pela atenção básica que articula níveis de complexidade numa rede de atenção. Nos municípios pobres e isolados a atenção à saúde dos usuários em rede, a integralidade e a equidade em saúde apresentam-se como desafios a serem reconhecidos e trabalhados pela gestão.
Objetivos Este estudo tem como objetivo analisar os obstáculos e facilitadores na gestão das redes de saúde, relatados pelos gestores de saúde de municípios pobres e isolados do Brasil.
Metodologia Trata-se de estudo qualitativo, descritivo, de corte transversal, baseado em 29 entrevistas com gestores municipais. Os municípios foram escolhidos segundo o critério de 20% ou mais da população vivendo em extrema pobreza; a distancia média era de 440km até a capital do estado. A amostra foi planejada em varias etapas, sendo não probabilística. A coleta de dados foi feita com a técnica de entrevista semiestruturada. É um subprojeto de um estudo maior que objetiva a avaliação do programa Mais Médicos, embora o programa seja considerado um pano de fundo para analisar a totalidade da rede do SUS. Os dados foram analisados mediante a técnica de análise lexical e por meio do software IRAMUTEQ.
Resultados Os resultados apontam para as dificuldades de transporte e preocupação com o combustível a ser gasto para deslocamento dos usuários pela rede de atenção; confirmam a necessidade do médico morar na localidade. A rede do SUS está relacionada à Estratégia Saúde da Família e existência de algum hospital de referência para realizar encaminhamentos. Na relação com Governo Federal e Estadual, os gestores municipais não sentem suas demandas acolhidas na política, nem no financiamento. Dificuldades relacionadas à rotatividade dos profissionais das equipes da ESF. A existência de atividades grupais de educação em saúde fazem a diferença no vínculo entre profissionais e usuários.
Conclusões/Considerações Os gestores municipais expressam representações positivas sobre os serviços de saúde municipais embora ao abordar a rede do SUS suas representações apontam problemas relacionados ao isolamento dos municípios e as dificuldades para circular pela rede. Eles não se sentem acompanhados pela politica do Estado como instituição e as queixas apontam os atrasos nos repasses e a falta de uma politica que reconheça as particularidades desses municípios.
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