26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO20e - Avaliação da promoção e vigilância em Saúde |
24185 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE METODOLÓGICA DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE VIGILÂNCIA E MANEJO CLÍNICO DE CASOS SUSPEITOS DE DENGUE MANUELLA CARVALHO FEITOSA - ENSP - FIOCRUZ, YARA HAHR MARQUES HÖKERBERG - ENSP - FIOCRUZ, PEDRO HENRIQUE AMPARO DA COSTA LEITE - ENSP - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A diretriz de dengue do Ministério da Saúde de 2016 apresenta orientações aos profissionais de saúde sobre a vigilância e o manejo clinico desta doença, necessitando ser analisada criticamente quanto à sua qualidade metodológica. Os critérios de avaliação de qualidade de uma diretriz consideram os potenciais vieses na sua elaboração e a força das evidências que apoiam as suas recomendações.
Objetivos Avaliar a qualidade metodológica da última edição da diretriz brasileira sobre vigilância e manejo clínico de casos suspeitos de dengue.
Metodologia Três avaliadores, de forma independente e mascarada, avaliaram a diretriz de dengue de 2016 utilizando a ferramenta Appraisal of Guidelines for REsearch & Evaluation (AGREE II) Reporting Checklist, proposta para avaliar a qualidade metodológica de diretrizes clínicas.
O AGREE II possui 23 itens, distribuídos em seis domínios (escopo e propósito; envolvimento das partes interessadas; rigor no desenvolvimento; clareza da apresentação; aplicabilidade; e independência editorial) além de uma avaliação global. A qualidade da diretriz foi calculado por domínio, considerando o percentual de conformidade obtido nas três avaliações, e de forma global pela média da pontuação dos avaliadores.
Resultados Seguindo orientações do manual do AGREE II, somou-se a pontuação dos três avaliadores para calcular a porcentagem da qualidade da diretriz de dengue para cada domínio, resultando nas seguintes pontuações: escopo e propósito 81,5%; envolvimento das partes interessadas 24,1%; rigor no desenvolvimento 5,6%; clareza da apresentação 83,3%; aplicabilidade 22,2%; e independência editorial 0,0%.
Levando-se em conta os itens considerados no processo de avaliação, a qualidade global da diretriz foi classificada pelos avaliadores com pontuação três dentro de uma escala que vai de um (qualidade mais baixa possível) a sete pontos (qualidade mais alta possível), sendo seu uso recomendado com modificações.
Conclusões/Considerações Para melhorar a qualidade e, consequentemente, a adesão à última versão da diretriz brasileira de dengue, são necessárias modificações capazes de ampliar, principalmente, a clareza com relação à independência editorial (financiamento e conflitos de interesse) e à metodologia de busca e seleção das evidências científicas que foram utilizadas como base para as recomendações adotadas.
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