Comunicações Orais Curtas

28/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC28a - Cooperação Internacional em Saúde

23598 - PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA SEXUAL EM REFUGIADOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
JULIANA DE OLIVEIRA ARAUJO - IMS/UERJ, FERNANDA MATTOS DE SOUZA - IMS/UERJ, RAQUEL PROENÇA - IMS/UERJ, MAYARA LISBOA BASTOS - IMS/UERJ, ANETE TRAJMAN - IMS/UERJ, EDUARDO FAERSTEIN - IMS/UERJ


Apresentação/Introdução
O mundo vivencia a maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial. No processo migratório, refugiados enfrentam condições adversas à saúde, incluindo maior risco de violência sexual (VS) no país de origem, durante o deslocamento forçado ou no local de acolhimento.


Objetivos
Sintetizar dados sobre a prevalência de VS em refugiados no mundo.


Metodologia
Foi realizada uma revisão sistemática em seis bases bibliográficas (MEDLINE, EMBASE, PsycINFO, SCOPUS, Web of Science e Sociological Abstracts) e não foram aplicados limites de data. Foram elegíveis estudos sobre a prevalência de violência sexual em refugiados ou requerentes de asilo de qualquer país, sexo ou idade, nos idiomas inglês, francês, espanhol e português. A seleção dos estudos, extração dos dados e avaliação da qualidade do relato foram realizadas por dois revisores independentes e as divergências resolvidas por um terceiro revisor.


Resultados
Um total de 60 estudos foi incluído. A prevalência de VS apresentou grande variabilidade entre os estudos com variação entre 0,0% e 99,8%, e foi mais frequente entre os estudos com refugiados provenientes da África (42%). As principais vítimas de VS foram mulheres (83%), em geral nos países de origem (81%) e tendo como perpetradores parceiros íntimos (55%). Entre homens e crianças, as prevalências atingiram até 39,3% e 90,9%, respectivamente. O estupro foi a forma de VS mais relatada (65%).


Conclusões/Considerações
A VS constitui um grave problema entre refugiados, com possíveis consequências para sua saúde física e mental. Estratégias para prevenir a ocorrência de VS desde o país de origem e durante migração, assim como medidas para captação e tratamento dos casos devem ser identificadas e implementadas.

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