28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO25e - Saude bucal CO 5 |
23615 - UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS POR ADOLESCENTES RURAIS QUILOMBOLAS E NÃO QUILOMBOLAS DO SEMIÁRIDO BAIANO RENART SANTOS COSTA - UFBA, ETNA KALIANE PEREIRA DA SILVA - UFBA, DANIELLE SOUTO DE MEDEIROS - UFBA
Apresentação/Introdução A saúde bucal é um aspecto relevante na adolescência, principalmente no que diz respeito ao domínio social, nesse período se requisita uma atenção diferenciada no que tange a saúde bucal. Os adolescentes quilombolas residem em sua maioria em comunidades rurais, convivem com vulnerabilidades sociais relacionadas ao seu local de moradia, assim como dificuldades no acesso ao serviço odontológico.
Objetivos Determinar a prevalência e investigar as características relacionadas ao indivíduo associadas à utilização de serviços odontológicos entre adolescentes rurais quilombolas e não quilombolas.
Metodologia Estudo transversal, de abordagem domiciliar, realizado em 21 comunidades rurais (9 quilombolas reconhecidas pela Fundação Palmares) de Vitória da Conquista-BA. Utilizou-se questionário semiestruturado, baseado em inquéritos nacionais. Analisou-se a ocorrência de consulta odontológica alguma vez na vida, segundo características dos indivíduos: demográficas; geográficas; culturais; socioeconômicas e psicossociais. Efetuou-se análise descritiva através de medidas de frequências simples e teste qui-quadrado. A análise múltipla foi conduzida por regressão de Poisson com variância robusta, a razão de prevalência foi utilizada para estimar a associação entre o desfecho e as variáveis explicativas.
Resultados Dos 390 adolescentes rurais pesquisados, 84,4% afirmaram ter consultado um dentista alguma vez na vida. Diferenças significativas foram encontradas entre quilombolas e não quilombolas, 77,3% e 89,7%, respectivamente. As variáveis independentemente associadas a utilização dos serviços odontológicos alguma vez na vida na amostra total foram: não residir em comunidade quilombola (RP=1,12); nível econômico B e C (RP=1,10) e maior escolaridade (RP=1,02). Entre os quilombolas, permaneceram associados a cor não negra (RP=1,23) e o trabalho (RP=1,26). Já entre os não quilombolas, mostraram-se associados o nível econômico B e C (RP=1,10) e maior escolaridade (RP=1,02).
Conclusões/Considerações Os adolescentes rurais estudados apresentaram prevalência de utilização de serviços odontológicos semelhantes ao encontrado em inquéritos nacionais. Entretanto, os achados desse trabalho reforçam as iniquidades sociais e de saúde vivenciadas pelos adolescentes quilombolas. A atenção à saúde bucal demanda ações intersetoriais que considerem aspectos do contexto social/familiar do adolescente, auxiliando no enfrentamento das desigualdades.
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