29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC30e - Pessoas Privadas de Liberdade |
27765 - UM OLHAR RIZOMÁTICO SOBRE MEDIDAS DE INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA E SEUS RETROCESSOS PARA A SAÚDE COLETIVA
ANDRÉ LUIZ FERREIRA - UFES, LINCCON FRICKS HERNANDES - EMESCAM, TULIO ALBERTO MARTINS DE FIGUEIREDO - UFES
Período de Realização
A coleta dos relatos foi nos meses de junho a novembro de 2015 e o controle orçamentário se mantém atualizado.
Objeto da Experiência
Relatos de atendidos em uma comunidade terapêutica em regime de internação compulsória e banco de dados da Secretaria de Saúde do Estado do ES.
Objetivos
- Discutir o modelo de tratamento de usuários internados por medidas de internação compulsória em uma comunidade terapêutica.
- Expor custos e características de tal proposta ofertada pelo estado do ES
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa,com inspiração cartográfica em uma comunidade terapêutica localizada no Estado de Espírito Santo. O delineamento amostral se deu mediante os critérios de saturação. Adotou-se como ferramentas metodológicas o uso de entrevistas e diários de campo, analisados com referencial teórico da análise institucional e esquizoanálise. Posteriormente, levantamos alguns dados da SESA do ES para levantar a discussão dos custos pro estado, de todo esse sistema.
Resultados
Os jovens internados na CT demonstraram o distanciamento entre o estabelecido na Lei 10.216/01 e o vivido naquele dito espaço de tratamento. Todos afirmaram que era comum a dissimulação de comportamentos para alcançar alta, o que trouxe certo receio para participar da pesquisa, ao terem que assinar o termo de livre esclarecimento. Outra questão é a do desconhecimento de quase todos quanto a outras formas de tratamento para além da internação.
Análise Crítica
O presente estudo apontou para a fragmentação da RAPS e os retrocessos das políticas publicas de saúde mental no atendimento às pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas, utilizando de métodos retrógrados e onerosos, que reverberam na exclusão social e estigmatização. Deste modo, atuando como mecanismo de higienização ao retirar da sociedade um considerável números de indesejados.
Conclusões e/ou Recomendações
Os relatos citados, os dados da SESA do ES que já tem as intern. compuls. como seu 3º maior gasto e em espaços onde expomos os dados e os discutimos, fica evidente o discurso que ignora a ciência, movimentos sociais, trabalhadores da RAPS e a própria OMS, insistindo numa postura institucionalizante no trato com as questões relacionadas ao uso problemático de álcool e outras drogas.
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