28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC30d - Vulnerabilidades Variadas |
21659 - O “PORTO SEGURO” DA GRUPALIDADE EM SAÚDE MENTAL: REPRESENTAÇÕES DE USUÁRIOS(AS) DOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) DO DISTRITO FEDERAL (DF) KARINE WLASENKO NICOLAU - UNB/UFMT, PATRÍCIA MARIA FONSECA ESCALDA - UNB, PAULA GIOVANA FURLAN - UNB/UFSCAR
Apresentação/Introdução Grupalidade refere-se ao dispositivo tecnológico associado às ações coletivas em Saúde Mental. Apresenta-se pesquisa realizada nos CAPS do DF com usuários(as), baseada nas representações sociais relativas ao tema. Busca-se ratificar a relevância do conhecimento compartilhado entre agentes envolvidos na construção e no fortalecimento da luta antimanicomial nas diversas regiões do país.
Objetivos Objetivo geral: refletir a respeito da grupalidade como dispositivo tecnológico em Saúde Mental.
Objetivo específico: identificar representações sociais e sentidos de usuários(as) em relação às atividades em grupos realizadas nos CAPS do DF.
Metodologia Pesquisa qualitativa de tipo descritivo-exploratória, aprovada em Comitê de Ética, realizada entre fevereiro de 2016 a junho de 2017 nos CAPS do DF para usuários(as) em sofrimento psíquico grave e persistente, com foco na grupalidade. Para tanto, realizaram-se observações participantes durante o período de dois meses em dois grupos em cada um dos quatro CAPS do DF, além de entrevistas abertas e em profundidade com sete usuárias. As observações foram registradas em diário de campo. O conteúdo das entrevistas foi processado pela elaboração de Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) com o auxílio do software Qualiquantisoft, baseando-se na Teoria das Representações Sociais (TRS).
Resultados O DSC considerado mais relevante para o tema em estudo foi o que identificou o grupo como "porto seguro":
DSC- o grupo é um porto seguro, nosso ponto de apoio. É o lugar onde podemos conhecer gente nova, fazer amizades e compartilhar experiências. É onde a gente pede ajuda quando precisa. Às vezes estamos perdidas como numa tempestade, mas o grupo ajuda a passar. Sinto falta dos encontros, eles estabilizam e a gente se acostuma com eles. As informações repassadas me deixam mais tranquila. Fico mais calma e feliz quando venho para o grupo.
Quanto às observações nos grupos, verificou-se que o vínculo com os coordenadores(as) se apresenta como fator primordial de participação e permanência.
Conclusões/Considerações Os resultados sugerem que a participação dos(as) usuários(as) nos grupos está centrada na figura do(a) coordenador(a) e é considerada um refúgio para as intempéries do sofrimento psíquico. Ainda que haja o risco de se tomar o CAPS como aposta única para o tratamento; e do isolamento em grupo de pares, deve-se considerar com atenção o aprendizado do estar junto e conviver como aspecto legitimado e reconhecido como possível pelos(as) usuários(as).
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