Comunicações Orais Curtas

27/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC30b - Pessoas em situação de rua

23414 - NECROPOLÍTICA, MÌDIA E O EXTERMÍNIO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
DINAÊ ESPÍNDOLA MARTINS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, FREDERICO VIANA MACHADO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS


Apresentação/Introdução
Este trabalho apresentará resultados parciais de uma pesquisa em Saúde Coletiva que faz uma análise de discurso de notícias sobre a população em situação de rua, tomando como referência o conceito de Necropolítica de Achile Mbembe. Necropolítica é um mecanismo de poder que atua por meio de uma política de morte e do extermínio de determinados seguimentos populacionais.


Objetivos
O objetivo é analisar como a mídia se utiliza de mecanismos necropolíticos no discurso para definir quem pode morrer e quem deve viver, quais são as vidas matáveis e como essa questão atravessa as notícias sobre pessoas em situação de rua.


Metodologia
A metodologia tem por base a análise documental de notícias cujos temas envolvam pessoas em situação de rua, utilizando o levantamento das matérias do período 2007 – 2017 em um portal de grande alcance de Porto Alegre/RS que descrevam situações de violência e mortes de moradores de rua. A análise se vale da obra de Michel Foucault, que considera o discurso enquanto mecanismo de dominação e de poder que determina práticas e papeis sociais, que afirma verdades, noções e conceitos. Essas questões apontam que o discurso midiático pode agir no sentido de colocar as pessoas em situação de rua como vidas passíveis de serem mortas de forma naturalizada e muitas vezes justificada socialmente.


Resultados
Os resultados parciais indicam que as situações de violência e as formas de morrer de pessoas em situação de rua são retratadas minuciosamente pela mídia, trazendo descrições de ações de tortura e de aniquilamento dos corpos (uso de facadas, pauladas, pedradas), o que se articula com um processo de espetacularização dessas situações e a construção de justificativas morais que minimizam a importância dessas ocorrências, naturalizando-as. A falta de informações sobre as vítimas carrega um processo de invisibilização destas, que comumente são nomeadas somente como moradores de rua, pessoas sem nome, história ou singularidade.


Conclusões/Considerações
Assim, o discurso midiático hegemônico (re)produz a necropolítica como mecanismo de poder de extermínio da população em situação de rua, à medida que constrói suas narrativas pautadas na minimização da importância dos atos violentos que atingem essas pessoas, utilizando termos de cunho moralista para justificá-los, pautados em suposições de uso de drogas e envolvimento com crimes – produção social discursiva de que essas vidas são matáveis.

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