27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC30a - Vulnerabilidades Variadas |
22238 - A LUTA DAS MÃES PARA FICAR COM FILHOS RECÉM-NASCIDOS NO PÓS-PARTO EM MATERNIDADE DE BELO HORIZONTE - MG GLÁUCIA DE FÁTIMA - SERVIDORA APOSENTADA DA SMSA-BH, MÔNICA GARCIA PONTES - UFMG
Apresentação/Introdução A maternidade,valorizada socialmente como acontecimento, tem sido considerada de maneira desigual na sociedade. Mulheres em situação de vulnerabilidade são reconhecidas por alguns setores sociais como incapazes de serem mães e, por isso, passíveis de intervenção estatal sobre a decisão do exercício parental. Tal ação, entretanto, constitui-se em violação de direitos e provoca mobilizações sociais.
Objetivos Relatar narrativas de mães em situação de vulnerabilidade que lutam pelo direito de ficar com seus filhos no pós-parto em maternidades de Belo Horizonte(MG).
Metodologia Trata-se de estudo exploratório descritivo desenvolvido em colaboração com o Observatório de Políticas e Cuidado em Saúde da UMFG. Foram produzidas análises na perspectiva de gênero, a partir de narrativas de mães e familiares em situação de vulnerabilidade social. Consideraram-se as vivências de trabalhadores que acompanharam esse processo nas maternidades públicas e o envolvimento de movimentos sociais. As autoras participaram também de seminários, rodas de conversa e fóruns. Visitaram maternidades, abrigos e residências de famílias que tiveram recém-nascidos abrigados. Participantes da pesquisa assinaram termo de consentimento e seu anonimato foi preservado.
Resultados Depreende-se das narrativas que gestantes têm se afastado dos serviços de saúde, receosas de perderem seus bebês.Recém-nascidos de mães vulneráveis têm sido acolhidos em abrigos, apesar do desejo das mães e familiares em ficar com eles. Profissionais de saúde, da justiça e da assistência social, envolvidos nessa situação têm desconsiderado a igualdade de direitos à maternidade, a existência da figura paterna e a diversidade familiar. As situações encontradas revestem-se de preconceitos contra pessoas cujas possibilidades de reconstrução de vidas dignas têm, de forma reiterada, sido abandonadas à suas próprias resistências individuais frente a ações discriminatórias e higienistas do Estado.
Conclusões/Considerações São imensos os desafios na defesa de uma sociedade igualitária que garanta direitos de mulheres e crianças. Neste sentido, o fortalecimento de movimentos sociais que se organizam na defesa dos direitos humanos representa uma marca crucial no processo de luta, bem como a produção de políticas públicas que busquem equidade ao invés de interesses mercadológicos. O respeito às singularidades é essencial na criação de novas trajetórias existenciais.
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