27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO30c - Pessoas em Situação de Rua |
23904 - SAÚDE COMO DIREITO: O ACESSO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE FABIANA APARECIDA ALMEIDA LAWALL VALLE - UFJF, BEATRIZ FRANCISCO FARAH - UFJF
Apresentação/Introdução No Brasil, a saúde foi instituída como direito em um cenário de grandes mobilizações. No mesmo período, a população em situação de rua se organizava pela garantia de sua cidadania. O acesso ao SUS é um pressuposto para a dignidade desse grupo, que, pela vulnerabilidade social é exposto a fatores que interferem na saúde que demandam respostas técnicas, gerenciais, de políticas intersetoriais.
Objetivos O objetivo principal da pesquisa foi compreender como é o acesso ao Sistema Único de Saúde na percepção dos adultos em situação de rua do município de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Metodologia Optou-se pela abordagem metodológica qualitativa, com estudo descritivo exploratório. Utilizou-se como técnicas: entrevistas individuais semiestruturadas e observação e registro em diário de campo. Participaram vinte pessoas em situação de rua do município de Juiz de Fora, em Minas Gerais. As informações foram analisadas à luz da Hermenêutica Dialética. As entrevistas foram transcritas e as informações foram organizadas e classificadas, encontrando-se os núcleos de sentido que possibilitaram formar as categorias de análise: “a vivência na rua e sua interferência na saúde”, “o acesso da população em situação de rua nos serviços de saúde: acolhimento e dificuldades enfrentadas”.
Resultados Destacaram-se nas entrevistas os determinantes sociais em saúde: dificuldades para atender às necessidades básicas; vivência de discriminação e preconceito; vulnerabilidade à violência e trabalho informal. O serviço de saúde mais acessado é o de urgência e emergência. Identificou-se fragilidade no acesso à Atenção Básica (AB): uma única unidade foi designada para o atendimento de toda a população de rua do município, com oferta de duas vagas semanais. São dificuldades para o acesso aos serviços: necessidade da apresentação de documentos; comprovação de residência; tratamento que desconsidera as condições socioeconômicas e culturais do indivíduo; e o preconceito.
Conclusões/Considerações A pesquisa revelou a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde, que muitas vezes não sabem lidar com a população de rua, não conhecem os equipamentos da rede voltados para este grupo, agem de maneira preconceituosa e discriminatória. A capacitação é um importante instrumento para o atendimento dos princípios do SUS. A saúde é direito de todos. Que esta afirmação torne-se cada vez mais concreta para aqueles que mais precisam.
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