29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC22j - Saúde do Trabalhador em Instituições Públicas |
24330 - PERSPECTIVAS, COM RECORTE DE GÊNERO, DE MÉDICOS E ENFERMEIROS SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO EM DOIS HOSPITAIS PÚBLICOS DE UM MUNICÍPIO DE GRANDE PORTE. SHEILA ARAUJO COSTA - UNIFESP / USTJ/ PMSP, VIRGINIA JUNQUEIRA - UNIFESP, FRANCISCO ANTONIO DE CASTRO LACAZ - UNIFESP
Apresentação/Introdução Nos estudos sobre o trabalho, a diferença entre gênero tem sido amplamente discutida, assim como as condições de trabalho e seus determinantes como grande tema de relevância para o trabalhador do SUS. No setor saúde predomina a força de trabalho do gênero feminino, principalmente na área de enfermagem, associado ao termo “cuidar”.
Objetivos Analisar as perspectivas de profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), com um recorte de gênero, sobre as condições de trabalho em dois hospitais públicos de um município de grande porte.
Metodologia Trata-se de estudo transversal. Auto-aplicados 181 Questionários sobre Condições de Trabalho (qCT), respondidos no próprio local de trabalho por 80 médicos (72,1%) e 31 médicas (27,9%), 22 (31,4%) enfermeiros e 48 enfermeiras (68,6%). Dividido em dois grupos, sendo masculino (M) e feminino (F). O qCT é composto por 6 escalas Likert (0 a 10), cada uma com dois pares das seguintes dimensões: regulação, desenvolvimento, material, social, ajuste da organização às pessoas e das pessoas à organização. Os dados categóricos foram apresentados por frequências e proporções, os dados numéricos foram descritos por médias. Consoante o modelo não paramétrico, foi utilizado o teste de Mann-Whitney com p≤ 0,05.
Resultados O valor médio para o gênero Masculino e Feminino encontrado para as escalas: Regulação mede carga de trabalho, retribuição econômica, conciliação entre profissão e vida privada (M 30; F 34,7 p 0,00); Desenvolvimento avalia autonomia, relação com a direção (M 41,8; F 48,7 p 0,02); Material (M 19,9 F 21,9 p 0,9); Social (M 28,6; F 30,1 p 0,13); Organização relacionado a satisfação de expectativas, reconhecimento pela chefia, motivação, concordância com valores, adaptação e interiorização de normas (M 63,9; F 71,5 p 0,02); Pessoas (M 33,2; F 37,9 p 0,02); Não houve diferença significante quanto às condições materiais de trabalho e aos aspectos sociais (companheirismo, respeito pelo grupo e reconhecimento).
Conclusões/Considerações Os resultados captam contradições: médicas e enfermeiras tolerariam condições inadequadas e discriminação no trabalho; mas em relação às dimensões das escalas de regulação, desenvolvimento e organização/pessoas/organização, vivenciariam de modo intensificado problemas no ambiente de trabalho. Esse estudo evidenciou que o recorte por gênero pode apreender as contradições vividas pelas profissionais quanto a condições desfavoráveis de trabalho.
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