29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC22j - Saúde do Trabalhador em Instituições Públicas |
21997 - PREVALÊNCIA E DURAÇÃO DO ABSENTEÍSMO POR PROBLEMA DE VOZ REFERIDO PELOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
ADRIANE MESQUITA DE MEDEIROS - UFMG, BÁRBARA ANTUNES REZENDE - UFMG, ADA ÁVILA ASSUNÇÃO - UFMG
Apresentação/Introdução
O distúrbio vocal aumenta a chance de o professor se ausentar do trabalho. Condições de trabalho precárias e estressores ocupacionais provocam efeitos sobre a saúde vocal que podem levar ao absenteísmo no trabalho. O absenteísmo docente acarreta grande encargo financeiro para a sociedade, exige reposição de mão de obra que consequentemente traz prejuízo à qualidade do ensino nas escolas.
Objetivos
Estimar a prevalência e duração do absenteísmo por problema de voz, nos últimos 12 meses, referido por professores da Educação Básica no Brasil.
Metodologia
Estudo transversal com amostra representativa dos professores brasileiros composta por 6.510 participantes, de ambos os sexos, realizado de outubro de 2015 a março de 2016. Todos os professores responderam, via telefone, a um questionário com perguntas referentes à diversos motivos para faltar ao trabalho incluindo problemas de saúde emocional, de voz, respiratórios, nos membros superiores, nas costas, dentre outros. Os dados foram analisados com o software Stata, versão 12.0, tendo sido utilizado o conjunto de comandos para estudos com amostra complexa (survey). Foi realizada a análise descritiva da prevalência e duração da ausência por problema de voz.
Resultados
O problema de voz, definido pela presença de rouquidão e perda de voz, (17,7%) foi o principal problema de saúde que afastou o professor da sala de aula. Em seguida foi relatado problema respiratório, como asma, bronquite, rinite e sinusite, (14,6%) e problemas emocionais como depressão, estresse e ansiedade (14,5%). Vale lembrar que o profissional entrevistado pode ter relatado a ausência por mais de um motivo de saúde no período de referência. Respectivamente, 78%, 13,5% e 8,5% faltaram por causa do distúrbio de voz num período de um a sete dias, oito a quinze dias e mais de 15 dias.
Conclusões/Considerações
O absenteísmo por problema de voz referido pelos professores nos últimos 12 meses, por um curto período de tempo, é elevado. O reconhecimento do distúrbio da voz relacionado ao trabalho e a implantação de serviços de vigilância ocupacional são medidas propaladas. Identificar as faltas por problemas de saúde em âmbito nacional de professores ofereceu pistas para a definição de prioridades nas intervenções e políticas públicas educacionais.
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