29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC22i - Promoção da Saúde e Vigilância em Saúde do Trabalhador |
28397 - MOBILIZANDO FAMILIARES DE RECÉM-NASCIDOS EM UTI NEONATAL PARA EXERCEREM ATIVIDADES DE CUIDADO: ANÁLISE DE UMA SITUAÇÃO DE FORMAÇÃO ASSUMIDA POR AUXILIARES DE ENFERMAGEM LETÍCIA PESSOA MASSON - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA/ FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, MILTON RAIMUNDO CIDREIRA DE ATHAYDE - INSTITUTO DE PSICOLOGIA/ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, MARTA ZULMIRA CARVALHO DOS SANTOS - CENTRO DE PSICOLOGIA/ UNIVERSIDADE DO PORTO (PORTUGAL)
Apresentação/Introdução É crescente o estímulo à participação dos familiares no cuidado de seus bebês em UTI’s neonatais. Entretanto, são exigidas das equipes de saúde novas competências relacionais e de formação, sem que as condições e formas de organização do trabalho estejam compatíveis com essa inserção.
Objetivos Compreender↔transformar – a partir do ponto de vista da atividade – o trabalho de auxiliares de enfermagem em uma UTI neonatal, com destaque para a sua nova responsabilidade de mobilização e formação dos familiares nos cuidados dos bebês internados.
Metodologia Foram realizados: Análise de documentos referentes às normas e prescrições do trabalho na UTI neonatal; 10 Visitas à UTI, em todos os turnos de plantão, envolvendo: observação do trabalho em seu curso (com registro escrito) e Conversas com as trabalhadoras e a chefia de enfermagem; 6 Encontros sobre o Trabalho (Pré-encontro para discussão dos temas: I- Formação profissional; II- As equipes de trabalho; III- Organização do trabalho; IV- Condições de trabalho; V- Fechamento), todos eles tendo como questões transversais a dimensão afetiva do trabalho e a saúde. Um ano após a realização da pesquisa, houve ainda um retorno à UTI para a realização de 3 novos Encontros, visando a validação.
Resultados Revelam-se persistentes os conflitos na relação entre auxiliares de enfermagem e familiares dos bebês. Há dificuldade para identificar e compreender a existência cotidiana de atividades de recepção e formação dos familiares (principalmente das mães), que são desenvolvidas na informalidade pelas auxiliares. Tal dificuldade parece passar pela ausência da psicodinâmica do reconhecimento: por um lado, as mães pouco (re)conhecem e retribuem o empenho das auxiliares na realização de um trabalho de qualidade, apesar de todos os problemas que têm que gerir para atingir tal objetivo; por outro lado, revela-se penoso para as auxiliares acolher os familiares em situação de sofrimento.
Conclusões/Considerações A invisibilidade do trabalho das auxiliares reflete-se na ausência de um programa de mobilização e formação de familiares para a co-operação dos cuidados dos bebês na UTI. Ausente também as condições para o mútuo reconhecimento do trabalho. Devem ser instituídas ações de formação pela direção do hospital, envolvendo auxiliares (que operacionalizam a inserção) e familiares, assim como garantidas as condições reais para sua operacionalização.
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