28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC22e - Saúde dos Trabalhadores do Campo, da Floresta e das Águas e em situação de informalidade |
21711 - CONDIÇÕES DE TRABALHO E SITUAÇÃO DE SAÚDE ENTRE AGRICULTORES DE UMA COMUNIDADE RURAL DO AMAZONAS, BRASIL ADENILDA TEIXEIRA ARRUDA - UFAM, ILMD, NAILTON RIBEIRO LOPES - FUNDAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO AMAZONAS, SOCORRO DE FÁTIMA DE MORAES NINA - UEA, CEREST, FERNANDO CÉSAR DINIZ MAIA - UEA, RODRIGO ADAAN DE FALCÃO NEVES - UEA, CINTHIA VIVIANNE DOS SANTOS CARVALHO - CEREST, EVANGELINE MARIA CARDOSO - UEA, CEREST
Apresentação/Introdução Os agrotóxicos utilizados para aumentar a produtividade e controlar pragas, se usado inadequadamente, pode causar danos à saúde. O insuficiente conhecimento sobre os perigos desses produtos pode levar a uma flexibilização do rigor na implementação de medidas de segurança, culminando com problemas na saúde que, muitas vezes, nem são associados às intoxicações por agrotóxicos.
Objetivos Analisar as condições de trabalho relacionadas ao uso de agrotóxicos numa região de plantio de frutas com uso intensivo desses produtos e descrever sinais e sintomas associados à exposição aos mesmos.
Metodologia Estudo transversal, de caráter descritivo e exploratório para identificar as condições de trabalho e os agravos que acometem agricultores no Amazonas. Buscou-se alcançar o universo de trabalhadores que atuavam nas propriedades agrícolas da região. Um questionário foi aplicado para levantamento de dados sobre perfil sócio-demográfico, laboral e morbidade referida. Para análise, os dados foram inseridos no programa Excel, posteriormente transferidos para o Programa Statistics Package for Social Science e calculado as proporções, baseadas em estatísticas descritivas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado do Amazonas sob o parecer n.º 1.871.212.
Resultados Foram aplicados 244 questionários, dos quais 166 (82,5%) dos trabalhadores faziam aplicação de agrotóxicos. 82% eram do sexo masculino, 54,9% tinham idade entre 20 e 39 anos, 12,7% eram menores de 18 anos, 69,7% casados e 70,1% tinham filhos. Mais da metade não concluiu o ensino fundamental. Apenas 17% já participaram de algum treinamento para uso de agrotóxicos e somente 6,6% dos trabalhadores referiram o uso do EPI completo. 35,6% queixavam-se de dores de cabeça frequentes, 16,4% relataram vômito nos últimos 30 dias, 17,2% narraram dificuldade para respirar e 33,6% referiram sentir-se nervosos, tensos ou ansiosos.
Conclusões/Considerações O cenário é de intensa exposição. Foi evidenciado procedimentos de proteção negligenciados entre trabalhadores que desconheciam a toxicidade e relativizavam o risco dos agrotóxicos de causar doenças. Num contexto de baixa escolaridade e poucos agricultores treinados para uso dessas substâncias, apontamos a necessidade de intensificar ações de educação em saúde para socializar o conhecimento sobre riscos, segurança e reduzir a exposição.
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