27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC22c - Riscos e danos à saúde relacionados ao trabalho |
26191 - AS CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO E SUA RELAÇÃO COM ASPECTOS DA SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM RAFAELA SCHAEFER - UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA E ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ELMA LOURDES CAMPOS PAVONE ZOBOLI - ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, MARGARIDA MARIA VIEIRA - UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA
Apresentação/Introdução Em um contexto marcado pela precarização das condições de trabalho e pela cobrança por produção e resultados, o sofrimento decorrente do trabalho se apresenta como um dos principais problemas éticos atuais. O sofrimento moral é resultado de uma violação ao sistema de crenças do enfermeiro, frente a uma situação vivenciada na prática profissional.
Objetivos Verificar a associação entre o risco de sofrimento moral e as variáveis de atividade profissional e do trabalho, a partir de uma perspectiva luso-brasileira.
Metodologia Trata-se de um estudo quantitativo e transversal, realizado com enfermeiros assistenciais do Rio Grande do Sul (RS) e de Portugal (PT). Os dados foram coletados entre 2016 e 2017, utilizando a Escala de Risco de Sofrimento Moral. Análises descritivas e inferenciais foram realizadas com auxílio do programa SPSS, considerando um nível de significância de 5%. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da USP (nº 1.180.518) e pelo Ethics Lab da Universidade Católica Portuguesa.
Resultados Participaram do estudo 268 enfermeiros do RS e 278 enfermeiros de PT. A média de risco de sofrimento moral foi moderada para os enfermeiros do RS (2,50; DP±0.73) e baixa para os enfermeiros de PT (2,43; DP±0.56). Os enfermeiros do RS se mostraram insatisfeitos com o trabalho (n=118; 44,0%), enquanto que os enfermeiros de PT se mostraram satisfeitos com o trabalho (n=154; 55,6%). Os resultados mostram que trabalhar mais horas por semana está significativamente relacionado com maior risco de sofrimento moral, numa realidade onde a maioria dos enfermeiros do RS trabalha de 36h a 40h por semana (n=199; 74,8%) e a maioria dos enfermeiros de PT trabalha até 35h por semana (n=120; 43,2%).
Conclusões/Considerações A literatura sustenta a hipótese de que um maior risco de sofrimento moral possa ser mais determinado pelas condições de trabalho, do que qualquer outra variável. A importância de atentar e discutir as fontes do sofrimento relacionadas com o trabalho está na intenção de melhorar a satisfação dos profissionais e, consequentemente, refletir na qualidade do cuidado e nos resultados dos pacientes.
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