27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC22b - Mudanças no Mundo do Trabalho e Direitos Sociais |
27382 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL PÚBLICO UNIVERSITÁRIO FEDERAL LAYSA DE OLIVEIRA SOUZA LEÃO - UFU, ROSIANE DE ARAÚJO FERREIRA POLIDO - UFU
Apresentação/Introdução Transtornos mentais comuns (TMC) têm sido cada vez mais relacionados aos profissionais de saúde, especialmente nos que mantém um longo período em contato com o paciente, como os técnicos de enfermagem no ambiente hospitalar, e estão associados ao baixo desempenho profissional, ao absenteísmo, constituindo-se num importante problema de saúde do trabalhador (SERVO, 2006).
Objetivos - Conhecer o perfil sócioeconômico e profissional dos técnicos de enfermagem das clínicas cirúrgicas (CC) de um hospital universitário federal;
- Analisar a influência da organização do trabalho na incidência dos TMC nesta população.
Metodologia Trata-se de um estudo exploratório quantitativo realizado no Hospital das Clínicas/UFU. Foram entrevistados 83 dos 92 técnicos de enfermagem das quatro CC que atendem especialidades pós-operatórias (CC1, CC2, CC3, CC5).
A organização do trabalho foi analisada pela clínica de atuação, considerado que as CC possuem gestão independente e os funcionários são fixos.
Para identificação do TMC utilizou-se o questionário autoaplicável SRQ-20 validado por Mari e Williams (1986).
O processamento e tabulação dos dados foram realizados pelo programa Statistical Program of Social Science (SPSS) – versão 20.0 para Windows e utilizou-se o teste de Qui-quadrado de Pearson para análise das variáveis.
Resultados O perfil dos técnicos de enfermagem foi: feminino; faixa etária 31-40 anos; casada/união estável; 1-2 filhos; renda 3-4 salários mínimos; escolaridade superior, com enfermeiros em desvio de função; 11 anos de profissão; regime de 6 horas/dia. A variável setor de atuação apresentou significância estatística, com P=0,007, verificando-se uma taxa de TCM de 52,5% nos trabalhadores da CC1 e de 0% na CC5, revelando uma iniquidade nas relações de trabalho, considerando que são funcionários da mesma categoria e que trabalham na mesma instituição. A variável “número de filhos” apresentou P=0,08 estando muito próxima ao risco para TMC, estando correlacionadas ao maior número de filhos nas famílias chefiadas por mulheres.
Conclusões/Considerações Os resultados confirmam a hipótese de que a organização do trabalho está relacionada ao desenvolvimento de TMC entre os técnicos de enfermagem, considerando que os trabalhadores são fixos em cada setor e que as CC1 e CC2 recebem os pacientes mais críticos e dependentes.
Conclui-se que a organização do trabalho pode ser uma geradora de estresse e que precisa ser planejada considerando a saúde do seu trabalhador.
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