28/07/2018 - 14:30 - 16:00
CO22i - Saúde do Trabalhador na Atenção Primária - 2 |
23812 - O CONFLITO ARMADO E SEUS EFEITOS NOS TRABALHADORES EM UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA LOCALIZADA NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO. UM ESTUDO SOCIOCLÍNICO INSTITUCIONAL.(
RAPHAEL SAMPAIO DOS SANTOS - UFF, , LUCIA CARDOSO MOURÃO - UFF, ANA CLEMENTINA VIEIRA DE ALMEIDA - UFF, LUTIANNI DIAS BRAZOLINO - UFF
Apresentação/Introdução
A violência é o uso de força física ou poder, contra si próprio, outra pessoa ou um grupo que possa resultar em danos físicos ou psicológicos. Algumas equipes, que atuam em módulos da Estratégia de Saúde da Família (ESF) localizados em território com maior vulnerabilidade social, estão mais expostas aos conflitos armados e necessitam de estratégias adequadas para a preservação da sua saúde.
Objetivos
Analisar o efeito dos conflitos armados no processo de trabalho dos profissionais de saúde em uma unidade de ESF localizada na zona oeste do Rio de Janeiro.
Metodologia
Pesquisa intervenção com abordagem qualitativa, realizado em 2017, que utiliza o referencial teórico metodológico da Análise Institucional na modalidade socioclínica institucional das práticas profissionais. Este método permite analisar coletivamente uma situação pela fala dos sujeitos e transformar as suas práticas. A pesquisa respeitou os procedimentos éticos, com base na resolução nº 466/2012. Os dados foram coletados e gravados em encontro socioclínico institucional com 13 profissionais de nível superior (enfermeiros, dentistas e médicos), atuantes em uma clínica da família na zona oeste do Rio de Janeiro. Algumas características socioclínicas foram evidenciadas na análise dos dados.
Resultados
Os resultados revelam que os conflitos armados são grandes tensionadores e obstaculizadores no processo de trabalho, além de levarem riscos à integridade física e mental dos profissionais de saúde. O fechamento da unidade de saúde, o afastamento do trabalhador seja por acompanhamento psicológico, demissões ou pedidos de transferência, a trivialização da violência urbana no território e a falta de sensibilidade da gestão em relação a temática, foram alguns apontamentos que emergiram das falas dos participantes, que corroboram a afirmativa anterior. Os participantes consideraram importante a reflexão coletiva proposta nesta intervenção socioclínica.
Conclusões/Considerações
A violência é um fenômeno complexo e, em sua manifestação do conflito armado torna-se um risco explícito (psicológico e físico) para os trabalhadores de saúde que atuam em territórios violentos. O estudo revela a urgência em ampliar os debates entre trabalhadores da saúde, comunidade, gestão dos serviços de saúde e centros formadores para conjuntamente atuarem no equacionamento dessa problemática.
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