27/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO22g - Trabalho rural |
21780 - INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS EM TRABALHADORES DA AGROPECUÁRIA NA BAHIA: UM ESTUDO COM CASOS NOTIFICADOS NO SINAN ENTRE 2007 A 2016
IRACEMA VITERBO SILVA - SESAB - SUVISA - DIVAST, PRISCILA KRAUS - UFRJ
Apresentação/Introdução
O aumento no uso de agrotóxicos nos últimos anos, elevou o Brasil ao primeiro lugar, no mundo, no consumo do produto. A relação entre a exposição ao agrotóxico e a ocorrência de agravos à saúde torna-se mais visível quando se trata de manifestações agudas, a exemplo das intoxicações exógenas que atingem, preferencialmente, trabalhadores agrícolas.
Objetivos
Descrever as notificações por intoxicação exógena entre trabalhadores da agropecuária na Bahia, decorrentes do uso de agrotóxicos, ocorridas durante o período de 2007 a 2016.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com dados secundários dos casos notificados de intoxicação exógena por agrotóxicos, em trabalhadores agrícolas do estado da Bahia, presentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN, no período de 2007 a 2016. Com os dados desse Sistema foi realizado um estudo do tipo série histórica e de base territorial, a fim de analisar a tendência das notificações por intoxicações exógenas por agrotóxicos no período de dez anos. Ademais, foi calculada a frequência das notificações em cada ano da série, bem como a sua distribuição proporcional entre as macrorregiões de saúde do estado da Bahia.
Resultados
O agrotóxico de uso agrícola foi responsável por 39,1% dos 788 casos notificados de intoxicação exógena envolvendo trabalhadores da agropecuária na Bahia. Dos 350 casos causados por agrotóxicos, 287 são homens e 63 são mulheres. No grupo masculino as atividades de pulverização e diluição foram as mais citadas ao alcançarem, respectivamente, 54,7% [IC95%: 48,7 – 60,5] e 25,4% [IC95%: 20,4 – 30,8], no grupo feminino essas atividades chegaram a 28,6% [IC95%: 17,8 – 41,3] e 14,3% [IC95%: 6,7 – 25,3] respectivamente. Na distribuição proporcional dos casos de intoxicação por macrorregião de saúde, nota-se que a Norte foi responsável por 42,5% das notificações.
Conclusões/Considerações
Ante as evidências apresentadas neste estudo, conclui-se pela necessidade de uma política agrícola voltada para a defesa do meio ambiente e de práticas alternativas e ecologicamente saudáveis para o controle e combate das pragas na agricultura. Ademais, medidas de proteção coletiva que não restrinjam a responsabilidade de prevenção e controle de agravos decorrentes dos agrotóxicos unicamente ao trabalhador.
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