Comunicações Orais

27/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO22f - Trabalho e Saúde Mental 2

26498 - AUSÊNCIA DE PAUSAS NO TRABALHO E SUA ASSOCIAÇÃO COM TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM SERVIDORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL
FERNANDO RIBAS FEIJÓ - UFPEL, EDUARDA CIROLINI BURIOL - UFRGS, PAULO ANTONIO BARROS OLIVEIRA - UFRGS, MAYTE RAYA AMAZARRAY - UFCSPA, ANACLAUDIA GASTAL FASSA - UFPEL

Apresentação/Introdução
Em um contexto de intensificação do trabalho, os transtornos mentais são causa frequente de afastamento laboral, especialmente em instituições públicas – como o judiciário. Uma medida preventiva ao adoecimento no trabalho é a realização de pausas durante a jornada. Entretanto, ainda há pouca evidência sobre o papel das pausas na ocorrência de transtornos mentais.


Objetivos
Analisar a associação entre realização de pausas durante a jornada laboral e a ocorrência de transtornos mentais comuns (TMC) entre servidores públicos do judiciário federal do Rio Grande do Sul.


Metodologia
1.860 servidores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul foram selecionados para responder um questionário sociodemográfico, ocupacional e ao Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Utilizou-se o ponto de corte 5/6 para o sexo masculino e 7/8 para o sexo feminino, para caracterizar casos positivos de TMC através do SRQ. A realização de pausas foi mensurada por perguntas específicas sobre a quantidade e duração das pausas durante o trabalho. Utilizou-se estatística descritiva e teste de qui-quadrado para verificar as diferenças entre as diferentes categorias de exposição.


Resultados
A prevalência geral de TMC foi de 27,1%. A prevalência de TMC entre os servidores que realizam 7 ou mais pausas diárias foi de 14,3%. Já entre os que realizam 5 a 6 pausas, 3 a 4 pausas, 1 a 2 pausas e nenhuma pausa durante a jornada de trabalho, as prevalências de TMC foram 17,2%, 24,0%, 27,0% e 35,1%, respectivamente. A diferença entre os grupos foi estatisticamente significativa (p=0,03).


Conclusões/Considerações
Observou-se um gradiente dose-resposta entre o número de pausas e a ocorrência dos transtornos mentais comuns, o que corrobora a hipótese de que a ausência de pausas durante o trabalho é um importante fator de risco para a saúde mental. A efetivação das pausas como política preventiva à saúde dos servidores públicos – em especial no judiciário – pode ser uma importante medida para reduzir o adoecimento mental.

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