27/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO22f - Trabalho e Saúde Mental 2 |
21299 - ESCUTA CLÍNICA NO TRABALHO COMO UMA ESTRATÉGIA DE PREVENÇAO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO NA ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR
ANA MAGNÓLIA MNEDES - UNB, LUCIANA OLIVEIRA DOS SANTOS - UNB
Apresentação/Introdução
De acordo com os pressupostos da Psicodinâmica do Trabalho, é possível atuar em contextos em que há riscos psicossociais de adoecimento, com intervenções em clínica do trabalho. Tais intervenções buscam propiciar espaços de discussão, com o objetivo de formar coletivos de trabalho e de reconhecimento, com a finalidade de reduzir esses riscos.
Objetivos
Realizar uma intervenção com os dispositivos de clinica do trabalho em uma equipe, a partir de uma demanda específica – investigar os riscos psicossociais de adoecimento de uma dependência de uma instituição bancária.
Metodologia
Realizou-se entrevistas individuais com os funcionários e aplicação da ferramenta IRIS (Inventário de Riscos de Sofrimento Patogênico no Trabalho) para realização do diagnóstico e intervenção. Houve as etapas: a) entrevistas clínicas individuais com os gestores e funcionários; b) realização de diagnóstico psicossocial; c) oficinas de escuta clínica da equipe; d) reunião final de encaminhamentos com a participação de todos. O diagnóstico psicossocial foi baseado na análise das entrevistas e resultados da aplicação e análise do instrumento, em seus fatores: indignidade, utilidade e reconhecimento.
Resultados
Identifica-se que o fator utilidade e indignidade são vivenciados de maneira moderada pela equipe, e o fator reconhecimento é raramente vivenciado.A análise das entrevistas permitiu agrupar eixos, como forte competição entre colegas, individualismo, estilo de gestão pouco participativo, conflitos na equipe - vivenciados como assédio moral, discrepância entre o prescrito e o real do trabalho percebido como práticas antiéticas. Esses fatores indicaram que a situação vivenciada na dependência é crítica, com vivências de sofrimento no trabalho, que podem se tornar patogênicos caso não haja uma intervenção na organização do trabalho e estilo de gestão.
Conclusões/Considerações
Relatou-se as defesas da equipe (como atitude paranóica, de isolamento, por exemplo), a partir dos confrontos que surgem na equipe de trabalho.Foram propostas estratégias de compartilhamento da inteligência prática, propiciando espaços de discussão,formação de coletivos de trabalho, uma atuação gerencial co-participativa, buscando reduzir os riscos de adoecimento, contribuindo para um bom clima organizacional e bem estar no trabalho.
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