26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO22c - Trabalho em universidades e serviço público |
25595 - A IDENTIDADE NO TRABALHO: UMA ANÁLISE DO TRABALHO TERCEIRIZADO NO SERVIÇO DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DA UFSC CHRISTINE SODRÉ FORTES - UFSC
Apresentação/Introdução Para diversificar o olhar sobre o trabalho precário, para além do eixo econômico, esta é uma pesquisa sobre a identidade no trabalho dos trabalhadores do serviço de limpeza, terceirizado, na UFSC, um grupo com salários, escolaridade e qualificação baixos, que exerce suas atividades junto a outro grupo de trabalhadores protegidos pelo reconhecimento e estabilidade, os professores e os TAE da UFSC.
Objetivos Conhecer e compreender os sentidos do trabalho e a formação da identidade no trabalho dos trabalhadores do serviço de limpeza, terceirizado na UFSC. A construção dos saberes, questões de gênero, aspectos positivos e negativos do trabalho.
Metodologia A abordagem adotada foi a qualitativa com caráter descritivo. Foram empregadas a pesquisa bibliográfica e a utilização de entrevistas semiestruturadas. Para a interpretação foram definidas as categorias, a partir do referencial teórico de análise escolhido, Dubar e Standing. A fase de exploração do material serviu para identificar encontros entre as categorias definidas, através das entrevistas e das teorias apreendidas. A fase do tratamento dos resultados obtidos reuniu o material coletado, que foi confrontado com o material bibliográfico. As regras adotadas procuraram, enfim, tornar os dados válidos e significativos, por meio de uma análise teórica e prática.
Resultados Os entrevistados têm escolaridade baixa, e em sua maioria são mulheres. A identidade laboral se construiu em torno de trabalhos servis. Apesar do emprego formal, as pessoas trabalham sem possibilidade de construir uma identidade profissional desejável, ou não se sentem parte de uma comunidade solidária. Um fato observado nas entrevistas é que quanto mais tempo de trabalho na UFSC, menor o pertencimento e os laços de solidariedade experimentados. Com a empresa terceirizada, a relação é a de trabalhar para viver. Não identifiquei reconhecimento social favorável, pelo trabalho, seja pelo estigma que o ofício carrega em si, e/ou pela própria terceirização, que tensiona as identificações coletivas.
Conclusões/Considerações A UFSC ignora a precariedade dos trabalhadores de limpeza em seus espaços, e convive com seu isolamento e invisibilidade. Se o cenário não é belo, os atores podem desafiar o que parece irremediável. A UFSC possui todos os elementos para promover arranjos solidários, como a criação de espaços de diálogos, estratégias de reorganização de discursos e credenciamento de novas vozes, e a proibição, em seu espaço, de relações de trabalho precárias.
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