29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC19l - Organização do trabalho na atenção à saúde |
24142 - PERCEPÇÕES SOBRE A PARTICIPAÇÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NAS REUNIÕES DE APOIO MATRICIAL EM BELO HORIZONTE THAYNA LARISSA AGUILAR DOS SANTOS - UFMG, JORDANA RIBEIRO COCOVICK - UFMG, DIEGO HENRIQUE PASTANA - UFMG, CLÁUDIA MARIA FILGUEIRAS PENIDO - UFMG
Apresentação/Introdução Os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) são atores importantes no cenário da Atenção Primária à Saúde. Eles atuam na identificação e encaminhamento das demandas em saúde, auxiliando na sua resolubilidade. Como estratégia de educação permanente em saúde, o Apoio Matricial (AM) pretende ampliar a resolubilidade da Equipe de Saúde da Família (EqSF), da qual faz parte o ACS.
Objetivos O objetivo deste trabalho é identificar a forma de participação dos ACSs nas reuniões matriciais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e da Equipe de Saúde Mental em Belo Horizonte, identificando potencialidades e possíveis fragilidades.
Metodologia Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou a observação participante como técnica de coleta de dados. Participaram da pesquisa seis EqSF, localizadas em diferentes Unidades Básicas de Saúde (UBS) de dois distritos sanitários de Belo Horizonte. Cada uma dessas equipes são apoiadas por uma equipe de NASF e outra de saúde mental, cujas reuniões acontecem em separado. No total foram observadas 25 dessas reuniões, durante um período de três meses e meio. As observações foram realizadas por dois observadores e registradas em diário de pesquisa.
Resultados Das seis EqSF observadas, cinco contaram com a presença regular dos ACS nas reuniões de matriciamento. Percebeu-se diferença entre as formas de participação dos ACS e dos outros profissionais. Na maioria das situações observadas, eles participaram apenas quando solicitados por um profissional graduado e quase sempre para informar sobre aspectos relativos à vida social do usuário. Em algumas situações, notou-se que os ACS preferiam discutir o caso diretamente com o apoiador do caso antes ou após a reunião matricial. Em dois momentos os ACSs foram excluídos das visitas domiciliares planejadas em reunião. Em apenas uma EqSF a participação deles se deu de forma espontânea e constante.
Conclusões/Considerações Nas reuniões observadas, os ACS tiveram participação restrita. Observou-se certa desqualificação do seu saber, o que fragiliza a possibilidade de participarem e colaborarem de forma efetiva na estratégia matricial de educação permanente em saúde. Tais reuniões precisam ser repensadas a fim de favorecer a expressão de suas demandas. Ressalta-se a necessidade de aprofundar os estudos sobre a participação dos ACS nas reuniões de apoio matricial.
|