29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC19k - Organização da atenção à saúde através das redes assistenciais |
24844 - VULNERABILIDADE SOCIAL E REDE DE ATENÇÃO PARA TRATAMENTO DAS CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA EM ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL JOSÉ JOAQUÍN CARVAJAL CORTÉS - LABORATÓRIO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS-IOC/FIOCRUZ, RAFAEL DOS SANTOS PEREIRA - PIBIC-IOC/FIOCRUZ, VIVIAN DA CRUZ FRANCO - LABORATÓRIO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS-IOC/FIOCRUZ, CHRISTOVAM BARCELLOS - LIS-ICICT/FIOCRUZ, PAULO PEITER - LABORATÓRIO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS-IOC/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Desde 2015 a população brasileira vive com as repercussões sociais da epidemia do Zika Vírus, que suscitam um debate sobre: as dificuldades de diagnóstico; o acesso a cuidados para as crianças com Síndrome Congênita do vírus Zika (SCZ); a busca por benefícios pelas famílias atingidas; as desigualdades sociais e de gênero; a discussão sobre os direitos reprodutivos, entre outros.
Objetivos Analisar os diferentes contextos territoriais dos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba atingidos pelo ZIKV, tendo em vista as dimensões programáticas da vulnerabilidade.
Metodologia Este estudo faz parte do projeto “Promoção da Saúde no Contexto da Epidemia de ZIKA: Atores e Cenários nos Processos de Tomada de Decisão” do consórcio de pesquisa ZIKAlliance. Foram identificados e mapeados os casos confirmados de SCZ por local de notificação e por local de residência, e a rede de atenção para tratamento das crianças com SCZ de acordo com os protocolos estabelecidos nos respectivos estados. A partir da localização dessa rede, os serviços oferecidos e a localização dos casos analisaram-se os deslocamentos dos pacientes até os serviços de saúde a fim de determinar tempos médios de deslocamento e analisar os fluxos da rede de atenção.
Resultados Foram notificados 530 casos de SCZ em Bahia, 189 casos em Paraíba e 201 casos em Rio Grande do Norte, desde janeiro 2015 até dezembro de 2016. As capitais (Salvador-BA, João Pessoa-PB e Natal-RN) apresentaram o maior número de casos confirmados de SCZ, sendo Salvador a capital mais atingida com 248 casos. Após o mapeamento das redes de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dos recém-nascidos diagnosticados com microcefalia, observou-se maior concentração de centros de diagnóstico e tratamento nas capitais dos respectivos estados, porém com menor cobertura nas cidades polo do interior dos estados. Os estados de Bahia e Paraíba apresentaram a maior taxa de deslocamento por paciente.
Conclusões/Considerações A escassez de serviços na rede de assistência em vastas regiões, principalmente na Bahia e Paraíba, pode acarretar maior custo de deslocamento dos pacientes e até levar ao abandono do acompanhamento/tratamento, com graves consequências na saúde e bem-estar dessas crianças, da família e da comunidade.
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