29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC19j - Percursos no acesso à atenção à saúde |
28256 - AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO DO CUIDADO EM REGIÕES DE SAÚDE: TRAJETÓRIAS ASSISTENCIAIS DE USUÁRIAS ATENDIDAS NO AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MIRNA DAUMAS VALENTE MACHADO - UFF, MATHEUS OLIVEIRA BASTOS - UFF, ESTER MONTEIRO ACYLINO - UFF, PATTY FIDELIS DE ALMEIDA - UFF
Apresentação/Introdução A coordenação do cuidado é um atributo da Atenção Primária à Saúde que busca garantir a integração entre os serviços e níveis de atenção que compõem as Redes de Atenção à Saúde e, assim, assegurar a continuidade e resolubilidade da assistência. Neste contexto, os Hospitais Universitários desempenham um importante papel como centros de referência para casos de média e alta complexidade.
Objetivos Avaliar a coordenação do cuidado na Região de Saúde Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro, a partir das trajetórias assistenciais de usuárias atendidas pelo Ambulatório de Ginecologia do Hospital Universitário de referência na região.
Metodologia Pesquisa avaliativa de abordagem qualitativa, desenvolvida durante o ano de 2017. Para tal, foi selecionada a Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro, que possui aproximadamente 2 milhões de habitantes. Os sujeitos da pesquisa foram 10 usuárias do Sistema Único de Saúde em atendimento no serviço de Ginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), localizado em Niterói e referência para a região de saúde. Foram realizadas entrevistas para construção das trajetórias assistenciais na perspectiva das mulheres, desde os municípios de origem até o HUAP, buscando identificar a experiência do cuidado e a articulação do hospital universitário na RAS.
Resultados Evidenciaram-se, nas narrativas, dificuldades de acesso e longo tempo de espera da APS ao serviço especializado. Dentre a barreiras na APS, destacam-se horários ruins de funcionamento da unidade, constrangimento no exame ginecológico e negligência pessoal. No serviço especializado, houve queixas de demora para marcação e realização de consultas e de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. A maioria das usuárias acessou o HUAP por meio de fluxo informal, através de marcação facilitada por funcionários da rede e influência de figuras políticas. Parte das usuárias não utilizava a APS como serviço de busca regular e passou a concentrar todas as suas demandas assistenciais no hospital.
Conclusões/Considerações A assistência especializada é de difícil acesso e a APS na região de saúde não exerceu a função de gerir o cuidado longitudinalmente. O HUAP, pouco articulado à RAS, não cumpre plenamente o papel de referência regional para alta complexidade, e ao contrário, assume funções não condizentes ao seu perfil assistencial. O fluxo informal contribui para manutenção de inequidades em saúde e para o isolamento dessa unidade em relação à rede.
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