29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC19j - Percursos no acesso à atenção à saúde |
28113 - O SUS E(M) DESASTRES: GESTÃO DA REDE DE SAÚDE EM SANTA MARIA RS LIANE BEATRIZ RIGHI - UFSM, LISIANE BERNHARD HINTERHOLZ - UFSM
Apresentação/Introdução O desastre da Boate Kiss aconteceu em janeiro de 2013. Desde então, tecnologias e protocolos tem sido publicados. Nossa pesquisa explora características da rede de serviços e da gestão que facilitam ou produzem barreiras ao enfrentamento de desastres de grande dimensão. Destaca-se características no atendimento imediato, na criação de novos pontos na rede e na gestão de um hospital público.
Objetivos Identificar as principais características da gestão da rede, as apostas para enfrentar a gravidade da situação e as estratégias de gestão dos serviços para inclusão de gestores, de técnicos de outras esferas de governo e de voluntários.
Metodologia Trata-se de uma investigação qualitativa, participativa, com características da Avaliação de Quarta Geração associadas ao método cartográfico. As principais fontes de informação são entrevistas com representantes de grupos com interesses distintos no tema proposto. Temas destacados foram recolocados na roda e integraram entrevistas com os demais representantes. Foram realizadas seis entrevistas e um grupo focal. As entrevistas foram transcritas e analisadas, gerando um texto com a narrativa da assistência ao desastre e outro com as categorias Formas de Gestão, Importância do SUS e Fragilidade da Atenção Básica e a (des)continuidado do cuidado.
Resultados O enfrentamento inicial depende mais da capacidade de mobilização, conectividade e recursos da comunidade. O atendimento às vítimas exige visão de complementariedade (no trabalho interprofissional e na rede) e abertura para formas menos hierárquicas de gestão dos serviços (existentes ou novos). O trabalho das várias frentes, a negociação com representantes de várias esferas de governo, a entrada dos interesses privados e das corporações, a inclusão de diferentes perspectivas teóricas, a participação dos voluntários e a proteção à ofensiva da imprensa exigiu metodologias de apoio institucional e outras formas de gestão mais democráticas. Experiência em cogestão foi um importante facilitador.
Conclusões/Considerações A inexistência de serviços públicos é barreira para a assistência imediata e a fragilidade da atenção básica limita o cuidado longitudinal. Em relação ao hospital público, emergiram novas formas de gestão e de composição entre a Universidade, coordenadores e equipes assistenciais. Características de gestão, mais democráticas, não se sustentaram após a crise e a experiência não é utilizada para enfrentamento de situações do cotidiano.
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