28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO19i - Integração e intersetorialidade na saúde |
27806 - TERRITÓRIO DE RUA E REDES DE ATENÇÃO Á SAÚDE: A PRÁTICA DA EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA TADEU DE PAULA SOUZA - UFMA, RAYANA GABRIELA GODOY - UFMA, CARLA LOPES TEIXEIRA GOMES - UFMA, LAURA LAMAS MARTINS GONÇALVES - UFMA
Apresentação/Introdução As equipes de consultório na rua (eCR) objetivam ampliar o acesso e qualificar a atenção em saúde a população em situação de rua (PSR). Entretanto, a especificidade do território da rua, marcado por violência, vulnerabilidade e subjetividades singulares constituem desafios para a consolidação de um modelo de atenção que atenda as necessidades dessa população específica no âmbito do SUS.
Objetivos Analisar o processo de trabalho e modelo de atenção da equipe de Consultório na Rua de São Luís – MA nos seguintes focos: abordagens iniciais, criação de vínculo, cuidado com usuário no território existencial da rua; articulação da rede de atenção à saúde
Metodologia Pesquisa qualitativa cartográfica. Foi realizada a observação participante através de um roteiro de observação nos seguintes focos: modos de vida da rua; estratégias de abordagem na rua; articulação de rede. Foram acompanhadas 5 reuniões da eCR e ações de abordagem em campo, gerando registrados através do diário de campo, relacionado o território de rua, as narrativas dos usuários e narrativas da equipe. Em novembro foi realizado um grupo focal com a eCR (8 participantes) através de um roteiro nos seguintes focos: conflitos político-institucionais; acolhimento e subjetividade; barreiras de acesso. Os dados coletados foram organizados em categorias empíricas
Resultados Os dados coletados geraram narrativas sistematizadas e analisadas em cinco categorias empíricas: 1) “Tiraram todo mundo de lá” – expressa os conflitos entre as ações de inclusão promovido pelo CnRua e ações de exclusão promovido pela segurança pública 2) “A gente dorme daquele jeito né, um olho aberto e um fechado” – expressam as estratégias e modos de vida da PSR em territórios marginalizados; -3) “Construindo vínculo e Quebrando protocolo” – expressa estratégias da eCR que exige uma certa transgressão a protocolos rígidos que não atende a singularidade dessa população 4) “Ela não é paciente daqui, vocês tem que resolver” – expressa os desafios da eCR frente à hostilidade da rede de saúde
Conclusões/Considerações A eCR de São Luís tem desenvolvido estratégias inovadoras para acolhimento e cuidado à PSR. Entretanto as inovações no modelo de atenção encontram limites na fragmentação da rede de atenção municipal e ausência de apoio da gestão. Não é possível consolidar um modelo de atenção à PSR através da implementação de serviço, sem uma ação indutora da gestão municipal no fortalecimento da AB na ordenação da rede de atenção à saúde.
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