28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO19i - Integração e intersetorialidade na saúde |
27055 - A ESF NO CUIDADO ÀS PESSOAS VIVENDO COM VIH NO RIO DE JANEIRO: REFLEXÕES SOCIANTROPOLOGICA SOBRE UMA (OUTRA)PROPOSTA ASSISTENCIAL RAFAEL AGOSTINI - IFF/FIOCRUZ, IVIA MAKSUD - IFF/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Desde os primeiros casos conhecidos de infecção pelo VIH, as respostas sociais à epidemia vêm se (re)configurando; inclusive aquelas referentes a organização da atenção à saúde. Nesse sentido, experiências municipais têm alterado a centralidade dos Serviços de Atenção Especializadas a partir do "cuidado" compartilhado com outros níveis de atenção e da coordenação da Atenção Primária à Saúde.
Objetivos Essa mudança não é apenas burocrática e nesta comunicação – derivada de um doutoramento em Saúde Coletiva – discutiremos, em uma perspectiva compreensiva, os limites e potencialidades do novo modelo na perspectiva de usuários e profissionais.
Metodologia Como estratégia teórico-metodológica elencamos o trabalho de campo de inspiração etnográfica por meio de observação participante nos "espaços de cuidado" da APS no âmbito da Estratégia de Saúde da Família no município do Rio de Janeiro e entrevistas semiestruturadas. Nossos interlocutores são pessoas vivendo com VIH em acompanhamento na APS e os profissionais da saúde que o acompanham. A partir disso, cotejamos nossos dados preliminares com as questões apontadas pela literatura sobre a interface entre VIH e APS no campo das Ciências Humanas e Sociais em Saúde com especial ênfase por aquelas beneficiárias de um referencial socioantropológico.
Resultados A maior centralidade da APS vai ao encontro da diretriz de descentralização do SUS. Contudo, mais que uma mudança de fluxo, traz questões para os usuários e para os profissionais da saúde. Destacamos, por exemplo, os desafios da interlocução entre diferentes níveis de atenção e supostas diferenças epistêmicas entre atenção especializada e atenção primária. Há ainda tensões entre a territorialização da EsF e o sigilo - significativo no caso de uma condição estigmatizada. Questões relativas à forma com que os marcadores sociais da diferença operam e são operados e aquelas referentes à (com)formação mesmo da APS, por fim, compõem o mosaico que pretendemos discutir.
Conclusões/Considerações Destacamos que apesar das suas diversas potencialidades, a “descentralização do cuidado” às pessoas vivendo com VIH necessita enfrentar algumas questões para que esteja em conformidade com a perspectiva dos usuários e trabalhadores e, em última análise, com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. Tais questões, contudo, não devem impedir tal processo, mas ser consideradas ao longo de sua implementação.
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