28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO19i - Integração e intersetorialidade na saúde |
24680 - EXPECTATIVAS DE EQUIPES DE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM RELAÇÃO AO TRABALHO DO PSICÓLOGO NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INGRID IGNES BATTISTI - FFCLRP - USP, MARINA SIMÕES FLÓRIO FERREIRA BERTAGNOLI - FFCLRP - USP
Apresentação/Introdução A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) objetiva promover atenção qualificada e integral às pessoas em sofrimento mental ou com necessidades derivadas do uso de álcool e outras drogas e suas famílias. Sua proposta prevê a ampliação e articulação de diversos pontos de atenção à saúde, incluindo serviços que não atuam tradicionalmente na atenção a saúde mental, como a Estratégia Saúde da Família (ESF).
Objetivos Investigar as expectativas de profissionais da Estratégia Saúde da Família em relação à atuação do psicólogo em contexto de interação direta com as equipes de ESF, conforme previsto pela RAPS.
Metodologia O projeto foi desenvolvido junto a equipes de ESF em município do interior do Estado de São Paulo. Ao todo, 53 profissionais lotados nestas unidades participaram da coleta de dados, que aconteceu em dois processos complementares: leitura e análise dos documentos municipais de gestão em saúde, com foco na identificação das propostas referentes à implantação e implementação da RAPS no município; reuniões de grupo focal, junto às equipes das unidades de ESF para levantamento das expectativas referentes ao trabalho do psicólogo, considerando sua inserção na equipe de trabalho em atenção às proposições da RAPS. A análise dos dados foi orientada pela análise de conteúdo temática.
Resultados A análise dos documentos locais de gestão em saúde apontou ações restritas à construção/adequação da estrutura física de prédio público para instalação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e à contratação de profissionais para composição da equipe. Os grupos focais apontaram expectativas de atuação do psicólogo associadas ao modelo tradicional de inserção na saúde, realizando atendimentos psicoterapêuticos. Além disso, foi pontuada a necessidade de que o psicólogo orientasse os profissionais das equipes em relação às estratégias para o atendimento de usuários no geral, instrumentalizando-os para a atenção a uma demanda que muitos não reconhecem como tarefa legítima da equipe.
Conclusões/Considerações Perspectivas de integração da atuação do psicólogo com o trabalho desenvolvido pelo restante da equipe da ESF não foram considerados pelos participantes do estudo, o que pode sugerir dificuldade de reconhecer as potencialidades e avanços propostos pela RAPS, dificultando sua implementação e a produção de um cuidado efetivamente integral. Investigações complementares podem se constituir como ferramenta de auxílio para a implementação da RAPS.
|