26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO19c - Atenção à saúde materno-infantil |
22515 - BOAS PRÁTICAS DE ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO EM GESTAÇÃO DE RISCO: PERSPECTIVA DAS USUÁRIAS DO SUS DE PORTO ALEGRE ISABELA GARCIA DOS SANTOS - UFRGS, DÁRIO FREDERICO PASCHE - UFRGS
Apresentação/Introdução O modelo tecnocrático (DAVIS-FLOYD, 2014) é predominante na atenção obstétrica e
neonatal no Brasil. Movimentos pela humanização do parto e nascimento e políticas
públicas como a Rede Cegonha, vêm mudando este cenário. A pesquisa verificou a
ocorrência de boas práticas (OMS, 1996) no parto de mulheres que tiveram gestação de
risco e fizeram pré-natal em serviços especializados em Porto Alegre.
Objetivos Verificar a observância de boas práticas de atenção ao parto e nascimento em mulheres
acompanhadas em serviços de pré-natal de risco e que realizaram o parto em serviços de
saúde de Porto Alegre/RS, entre outubro e novembro de 2017.
Metodologia Pesquisa quantitativa, exploratória que entrevistou por telefone 72 mulheres sobre a atenção recebida no parto. A amostra foi composta a partir de dados da pesquisa “Inquérito sobre o funcionamento da atenção básica e acesso à atenção especializada em Porto Alegre”, que entrevistou 391 gestantes de risco acompanhadas por serviços especializados. O questionário foi desenvolvido com base nas boas práticas ao parto e nascimento da OMS, diretrizes da Rede Cegonha e de assistência ao parto normal e cesáreo da CONITEC. Os dados foram analisados a partir de frequências e cruzamentos de variáveis realizados por Stata. Foi realizado tratamento estatístico através dos testes de chi-quadrado e Pearson.
Resultados O acesso ao centro obstétrico, após a chegada ao hospital, foi para 88% das gestantes menor ou igual a 30 minutos. 80% das mulheres afirmaram ter soro instalado; 78% utilizou pelo menos um método não farmacológico (MNF) para alívio da dor e/ou prática de estimulação do parto e 97% teve a presença de acompanhante. A taxa de cesárea foi de 45% e entre os partos vaginais 64% teve episiotomia. O contato pele a pele foi experimentado por 20% das gestantes, sendo que destas 15% alegou que isso não foi possível por complicações com a mãe ou o bebê. A pesquisa constatou que há avanços em relação à atenção ao parto e ao nascimento, mas permanece cenário de não superação do modelo tecnocrático.
Conclusões/Considerações As mulheres acessaram práticas cuja implementação pouco interfere nos processos de trabalho das equipes, como o direito a acompanhante, a deambulação e o uso de MNF para alívio da dor. A pesquisa mostrou que ainda são frequentes práticas prejudiciais e ineficazes, como a posição litotômica, a realização da episiotomia e a alta taxa de parto cirúrgico, cuja superação requer maior envolvimento de gestores, trabalhadores e instituições.
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