26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO19b - Percursos em busca de acesso à saúde |
27061 - PELA TRILHA DOS TIJOLOS DE OZ: UM PROFISSIONAL DE SAÚDE MENTAL NO ACOMPANHAMENTO DE UMA PACIENTE COM CÂNCER DE MAMA. LUCAS HANGAI SIGNORINI - CAPS ITAPEVA E PPG DO PSA - IP - USP, THAIS DE ANDRADE VIDAURRE FRANCO - INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL - UERJ, ROSANA KUSCHNIR - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Sob o referencial teórico da clínica ampliada (Ministério da Saúde, 2009) e do conceito de redes de atenção à saúde tal como proposto por Kuschnir (2014), este trabalho aborda, sob a perspectiva de um trabalhador do CAPS, a trajetória de uma paciente psicótica diagnosticada com câncer de mama pelos serviços do município de São Paulo para o tratamento desta neoplasia.
Objetivos Analisar o percurso de uma paciente portadora de transtorno mental grave no diagnóstico e tratamento de câncer de mama na região central do município de São Paulo, buscando identificar os nós encontrados para o acesso ao cuidado.
Metodologia A proposta desta pesquisa é de reflexão sobre fenômenos humanos para a produção de conhecimento em saúde e delineia-se como uma pesquisa qualitativa, de forma a clarear um viés da realidade empírica, sendo seu foco no processo vivenciado pelos autor a fim de compreender realidades e contextos distintos. Assim, a partir da vivencia do autor de encontrar meio a diversos papéis espalhados pela casa da paciente o resultado BIRADS-5 em um exame, ele a acompanhou ao longo da rede em busca dos cuidados necessários. Através de construção de cenas, descreveu-se momentos específicos desta trajetória, observando aspectos da organização da atenção como também aspectos subjetivos da busca pelo cuidado.
Resultados A primeira cena, tratou das múltiplas portas de entrada no acesso ao diagnóstico para a neoplasia, considerando a diversidade de estratégias de Atenção Primária na região central (ex.: as Unidades Básicas funcionam concomitantemente no modelo Tradicional e de Estratégia Saúde da Família), bem como a desarticulação entre a atenção primária e secundária. As cenas posteriores trataram da especificidade e das dificuldades do percurso traçado pela paciente psicótica que, munida de poder contratual menor, comparou sua busca pelo tratamento a história de Dorothy em busca de um mágico que não existia. A cor das faixas de indicação no chão dos hospitais (amarelas) influenciaram nesta construção.
Conclusões/Considerações Há subsídios da subjetividade que impossibilitam a efetividade do tratamento, todavia eles não configuram os únicos elementos que determinam a experiência de adoecimento. O modo como as linhas de cuidado são implementadas, a forma como os diferentes serviços de saúde se integram (ou não) e as limitações da inserção de um serviço de saúde mental em uma linha de cuidado à outras patologias são um limite para a consolidação do direito à saúde.
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