29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC16i - Gênero e Aids |
27227 - MULHERES JOVENS VIVENDO COM HIV NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: IDADES E CONTEXTOS DA PRIMEIRA RELAÇÃO SEXUAL RAQUEL ZANELATTO ALVES DA SILVA - FSP - USP, CRISTIANE DA SILVA CABRAL - FSP- USP, REGINA MARIA BARBOSA - NEPO - UNICAMP, STELA VERZINHASSE PERES - FSP -USP
Apresentação/Introdução O presente estudo trata do processo de iniciação sexual de mulheres jovens vivendo com HIV/Aids. Há especial interesse em relação às que se infectaram por transmissão vertical: elas compõem a primeira geração de infectadas por essa via que chega à vida adulta e necessita lidar com questões referentes à entrada na sexualidade com parceiro.
Objetivos Estimar a idade mediana da iniciação sexual e descrever contextos da primeira relação sexual tanto de jovens vivendo com HIV/Aids, considerando a via de infecção (transmissão vertical ou outras vias), quanto das que não vivem com HIV/Aids.
Metodologia Trata-se de estudo transversal (“GENIH: gênero e infecção pelo HIV”), com amostra probabilística, que entrevistou mulheres de 18 a 49 anos, usuárias de serviços públicos de saúde de São Paulo. Analisaram-se variáveis referentes às características sociodemográficas e à primeira relação sexual das jovens de 18 a 24 anos: 130 mulheres vivendo com HIV/Aids (MVHA) e 257 mulheres não vivendo com HIV/Aids (MNVHA). As MVHA foram estratificadas em infectadas por transmissão vertical (TV) e por outras vias (OV). Calcularam-se as médias e medianas das idades da primeira relação sexual para cada grupo. Descreveu-se o contexto de iniciação sexual de cada grupo, a partir de variáveis selecionadas.
Resultados As MVHA infectadas por TV iniciaram-se em média com 16,35 anos, enquanto as infectadas por outras vias o fizeram aos 15,3 anos e as mulheres não vivendo com HIV, aos 15,95. Observou-se associação (p<0,05) entre iniciação sexual tardia e ser infectada por TV, possuir religião, ter cursado ensino médio completo ou mais e não ter feito uso de drogas na vida. As jovens infectadas por outras vias iniciaram-se mais cedo do que as demais, com parceiros bem mais velhos e relataram menor uso de preservativo na primeira relação sexual. O contexto de iniciação sexual das jovens infectadas por TV aproxima-se mais daquelas que não vivem com HIV/Aids, do que das infectadas por outras vias.
Conclusões/Considerações Trajetórias marcadas diferentemente pelo HIV apresentam distintos cenários de socialização para a sexualidade. A multiplicidade de trajetórias sexuais e reprodutivas evidencia uma diversidade de intercâmbios entre as experiências que se dão no âmbito da escola, família, trabalho e demais instituições a que as jovens pertencem, bem como as marcas das hierarquias de gênero que modulam a socialização juvenil para a sexualidade.
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