29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC16h - Narrativas |
22214 - “CAFÉ & PROSA COM AS MARIAS”: A EXPERIÊNCIA DE GRUPOS OPERATIVOS NO MANEJO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER LUÍS PAULO SOUZA E SOUZA - UFSJ, ROSANA FRANCIELE BOTELHO RUAS - PROMINASMOC, ANTÔNIA GONÇALVES DE SOUZA - FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORAS DE MONTES CLAROS - FIPMOC, TAMARA FIGUEIREDO - UFMG, MARIA FERNANDA SANTOS FIGUEIREDO BRITO - UNIMONTES, MAÍSA TAVARES DE SOUZA LEITE - UEMG, SÔNIA MARIA SOARES - UFMG
Período de Realização Os grupos operativos foram desenvolvidos no período de fevereiro a maio de 2013.
Objeto da Experiência Desenvolveram-se grupos sobre violência de gênero com 10 mulheres adultas da área de abrangência de uma Estratégia Saúde da Família.
Objetivos Objetivou-se debater sobre violência de gênero, tentando criar estratégias coletivas de resistência à opressão das mulheres e de estímulo e fortalecimento da autonomia. Visou-se criar um espaço onde anseios fossem explicitados, contribuindo com a aprendizagem a partir da realidade das mulheres.
Metodologia Os grupos eram exclusivos para mulheres, não necessariamente vítimas de violência, as quais foram convidadas pelos Agentes Comunitários de Saúde, em um bairro da região sudeste de Montes Claros, Minas Gerais. O bairro foi selecionado, pois um estudo prévio mostrou que o local apresentava índices elevados de denúncias de violência contra a mulher junto à Polícia Civil. Desenvolveram-se 10 encontros, conduzidos por uma equipe multidisciplinar (Enfermagem, Odontologia, Medicina e Serviço Social).
Resultados Os encontros duravam, em média, 1h30min, sendo que as atividades educativas principais duravam 60 minutos. Ocorriam quinzenalmente e tratavam de temas sobre violência contra a mulher (tipos, formas de enfrentamento); histórias reais ocorridas na sociedade; relacionamento em família; bases legais da violência; instituição de uma Cultura de Paz. Os grupos foram intitulados “Café & Prosa com as Marias”, para aproximar com a rotina das participantes, como se fossem realmente em estilo de prosa.
Análise Crítica O questionamento sobre a divisão dos papéis sociais entre homens e mulheres foi discutido, possibilitando às mulheres se afirmarem como gênero na sua singularidade irredutível. E ao adotar um método ativo de aprendizagem, ficava evidente no decorrer dos encontros a autonomia e participação das mulheres. A utilização de recursos como vídeo, teatro e música facilitaram a compreensão e apresentaram melhor adesão, tendo sido avaliada pelas mulheres como exitosa.
Conclusões e/ou Recomendações Os grupos permitiram às mulheres um espaço rico de discussão, criando um ambiente em que refletiram, trocaram experiência, riram, choraram, apoiaram-se. Os grupos de educação popular que manejam a violência de gênero devem ser amplamente utilizados, com vistas à promoção da saúde e bem-estar das mulheres e ao estímulo do pensamento crítico como estratégia capaz de gerar transformações nas vidas das mulheres e do meio em que elas estão inseridas.
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