27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC16c - Saúde Sexual e Reprodutiva |
28731 - ATIVIDADES EDUCATIVAS COMO ESTRATÉGIA PARA EMPODERAMENTO FEMININO DURANTE O PARTO. STELA GALVÃO PRATES - UFBA, ELVIRA CAIRES DE LIMA - UFBA
Apresentação/Introdução A assistência obstétrica no Brasil é baseada no modelo biomédico hospitalar intervencionista. A OMS contraindica o uso indiscriminado de tecnologias invasivas. A ação educativa é apontada como um dos caminhos que possibilita às mulheres se reconhecerem como sujeitos capazes de fazer escolhas conscientes que conduzam ao parto seguro e humanizado, melhorando a qualidade da assistência obstétrica.
Objetivos Analisar a influência das atividades educativas em grupos de gestantes no protagonismo da mulher durante o trabalho de parto;
Analisar a compreensão das mulheres sobre o parto humanizado.
Metodologia Tratou-se de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória realizada em um município de médio porte na região Sudoeste do Estado da Bahia. Foram entrevistadas 15 mulheres em 2017, utilizando como critérios de inclusão: ter realizado no mínimo seis consultas de pré-natal; participado de pelo menos três encontros em grupos de gestantes e que tiveram parto natural. As mulheres foram selecionadas através da técnica de bola de neve e o número de participantes foi definido pela técnica de saturação. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo na modalidade de análise temática. A pesquisa foi aprovada pelo CEP e respeitados todos os princípios éticos da Resolução 466/2012.
Resultados As mulheres participaram de dois grupos de gestante distintos, um organizado pelas USF e o outro, denominado Cirandeiras, organizado pela sociedade civil. A maioria das mulheres associou o conceito de parto humanizado ao parto natural sem intervenções, porém não consideraram seu parto como uma experiência humanizada. As mulheres que tiveram protagonismo durante o parto, sendo respeitadas em suas decisões possuíam maior nível de escolaridade, maior poder aquisitivo, tiveram os partos realizados em serviço particular e participaram do grupo Cirandeiras. Acredita-se que esse resultado pode estar relacionado à forma de organização desse grupo e à questões relacionadas a classe social.
Conclusões/Considerações As mulheres vivenciaram uma assistência obstétrica intervencionista, com predominância do protagonismo médico durante o trabalho de parto, com o uso frequente de técnicas invasivas e sem comprovação cientifica. Existiu uma relação direta entre o tipo de assistência ao parto e o grau de instrução e poder aquisitivo das mulheres, evidenciando fragilidade das práticas educativas como estratégia para o empoderamento feminino.
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