27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC16b - LGBT I |
26184 - DEMANDAS DE SAÚDE DE HOMENS TRANS: APORTES PARA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS SIMONE NUNES AVILA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE, JULIANA NUNES PFEIL - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE, THIAGO FRANK - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE
Apresentação/Introdução Os processos discriminatórios por identidades de gênero são fatores de vulnerabilidade para a saúde, expondo a população LGBTQI+ a agravos decorrentes dos mesmos e exclusão social. Homens trans são o seguimento mais invisível, dificultando o acesso à saúde e colocando-os em situações de alta vulnerabilidade social. Questão norteadora: Quais são as necessidades de saúde de homens trans?
Objetivos Identificar dificuldades/barreiras que LGBTQI+ encontram nos serviços públicos de saúde de uma capital do sul do país e identificar as demandas de saúde. Neste trabalho serão apresentados os resultados parciais das demandas de saúde de homens trans.
Metodologia O estudo é do tipo transversal. Foi iniciado em dezembro de 2017, com previsão de término em maio de 2018. Instrumento de coleta de dados: formulário semiestruturado online sobre identidade de gênero, se no atendimento foi perguntado sua identidade de gênero, se foi tratado pelo nome social, se teve suas necessidades de saúde, se já sofreu algum tipo de discriminação por identidade de gênero nesses serviços, e necessidades de saúde, entre outras. Critérios de inclusão: ser morador da capital e ter utilizado pelo menos uma vez algum serviço público de saúde. Os dados foram digitados em uma planilha do Excel e foram analisados utilizando estatística descritiva.
Resultados 87 pessoas responderam ao formulário. 18 (20,7%) são homens trans, na faixa etária entre 20 e 54 anos. Sobre uso do nome social, 28% responderam que nunca foram tratados pelo nome social, 28% às vezes, 22% sempre e 22% respondeu que não foi necessário porque já alterou o nome civil. Sobre as necessidades de saúde, 94,5% respondeu o uso de hormônios, 66,4% mamoplastia masculinizadora, 56,6% ginecologista, 50% cirurgia de readequação de gênero, entre outras respostas. Sobre atendimento ginecológico, em outro estudo (Souza, Prado e Machado, 2015), com 28 homens trans e pessoas transmasculinas, 60,8% da amostra respondeu não ir ao ginecologista por sentirem constrangimento.
Conclusões/Considerações Foram apresentadas as principais demandas de saúde de homens trans, visando à atenção integral e suas especificidades. O processo transexualizador não dá conta de todas as demandas de saúde desse seguimento. É fundamental pensar na garantia ao acesso à saúde e à continuidade dos cuidados em saúde. Os resultados têm potencial para embasar a elaboração de políticas públicas em saúde para este seguimento em alta vulnerabilidade social.
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