26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO16b - Gênero e cuidado I |
27675 - EXTENSÃO POPULAR: CONSTRUINDO AUTOCUIDADO E REDES ENTRE MULHERES DE COMUNIDADES EM NITERÓI. ANA BEATRIZ RODRIGUES ELIAS - UFF, ANA CAROLINA CARVALHO DE ARAÚJO PÔRTO - UFF, EDSON EUSTÁQUIO DE LIMA JÚNIOR - UFF, JUAN VALENTE MARTINS - UFF, FELIPE PACELLI BOTELHO - UFF, MAURÍCIO GIMENES MARIN NETO - UFF, GABRIELA PIRES DA ROSA - UFF, KARINA DE CÁSSIA CAETANO - UERJ
Período de Realização O grupo de apoio a mulheres atua desde setembro de 2015 no morro do Preventório, Niterói, RJ.
Objeto da Experiência Gestantes e puérperas articulam-se com extensionistas da Universidade Federal Fluminense buscando uma experiência prática de cuidado integral em saúde.
Objetivos Em conjunto com mulheres pobres, majoritariamente negras, solteiras e usuárias do SUS, construir diálogos em combate à violência obstétrica, com compromisso de classe, refletindo sobre desmedicalização, produção de cuidados pelo afeto e participação ativa da mulher no processo de parturição.
Metodologia Os encontros quinzenais, pautados na educação popular em saúde, consistem em diálogos e dinâmicas de grupos em rodas de conversa, que aliadas ao contato contínuo por redes sociais, possibilitam o vínculo de cuidado e a escuta ativa, essenciais para discutir as relações de opressão e resistência vivenciadas por mulheres que engravidam. As atividades contam com espaços para recreação com as crianças, ocupação de locais públicos e sessões fotográficas, alçando a politização da maternagem.
Resultados O grupo pretende-se um ambiente de acolhimento, que incentiva o direito à escolha informada sobre os procedimentos, contra a rotina de apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres. Após cinco grupos, todos celebrados com Chás de Bebê Coletivos, tem-se aprimorado o processo discursivo e o entendimento das demandas a partir das experiências pessoais de cada membra, propagando a visão do parto como um acontecimento corporal, psíquico, emocional, cultural, familiar e sexual.
Análise Crítica O olhar cuidadoso sobre as múltiplas dimensões da gestação contribui para a formação em saúde centrada na pessoa, orientada para comunidade, privilegiando a integralidade no cuidado. Por isso estudantes e profissionais que fazem parte do projeto de extensão podem refletir sobre o poder/saber biomédico e os saberes populares, femininos e favelados, contribuindo para o reposicionamento de práticas banalizadas e maléficas e para o auxílio das usuárias na construção de processos de autocuidado.
Conclusões e/ou Recomendações Ao se aproximarem e se fortalecerem, as mulheres podem dominar os modos de parir e desnaturalizar práticas que aumentam a mortalidade materna, como tratamentos desumanizantes, omissões, medicalização exagerada e patologização dos processos naturais. Este projeto de extensão universitária propõe-se a consolidar esse processo de tomada esclarecida de decisões no âmbito da saúde, valorizando lutas, saberes, desejos e identidades.
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