26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO16b - Gênero e cuidado I |
22580 - O GRUPO DE SUPORTE PSICOLÓGICO COMO ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO E INTERVENÇÃO PARA MULHERES EM TRATAMENTO DE CÂNCER GINECOLÓGICO ROSILENE SOUZA GOMES - INCA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, KEILA DE MORAES CARNAVALLI - INCA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
Período de Realização A experiência descrita ocorre desde o ano de 2011 e permanece em curso.
Objeto da Experiência Trata-se do dispositivo “grupo de suporte psicológico pré-radioterapia” destinado a mulheres em tratamento radioterápico para o câncer ginecológico.
Objetivos Os objetivos são acolher as expressões emocionais das mulheres em tratamento oncológico e favorecer a circulação e troca de informações, experiências e estratégias de enfrentamento do processo de doença e tratamento.
Metodologia É realizada sessão grupal com duração de 60 minutos, como parte do fluxo inicial de atendimento a mulheres que farão radioterapia. A sessão inicia com o estabelecimento das regras de convivência e sigilo. As pacientes são convidadas a relatar sua experiência com a doença, itinerário terapêutico, estratégias utilizadas para o enfrentamento e elencar rede de apoio social e emocional. As psicólogas favorecem a circulação das narrativas e avaliam situações de vulnerabilidade para seguimento.
Resultados As pacientes relatam o impacto do diagnóstico, destacando o medo da doença; o estigma do câncer, representada como castigo e sinônimo de morte; medo dos efeitos do tratamento e sofrimento; e dificuldades de comunicação com o médico. Surgem questões sobre sexo e conjugalidade, medo de ser abandonada; de “não ser mais mulher”; efeitos do adoecimento na sexualidade. É frequente o tema da culpa por negligenciar os exames de rastreamento, além da vergonha pelos odores, sangramento e exames invasivos.
Análise Crítica As práticas grupais dentro de um hospital oncológico possibilitam o reconhecimento do sofrimento e de seus diferentes manejos que são compartilhados dentro deste espaço coletivo. O entendimento do processo saúde e doença e estigmas do câncer pode ser refletido e questionado entre as pacientes propiciando que as interações e as contradições que circulam em suas narrativas possam produzir novos sentidos e potencializar formas de cuidado e também a democratização de informações sobre o tratamento.
Conclusões e/ou Recomendações Os resultados do trabalho demonstram a relevância de colocar em análise os entraves materiais e subjetivos que contribuem para o insucesso das políticas públicas para o tratamento do câncer ginecológico, em especial o de colo do útero. O conhecimento dessas questões pode contribuir para o planejamento de linhas de cuidado que levem em conta a experiência das mulheres e incluam a escuta de suas narrativas.
|