Comunicações Orais

26/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO16a - Saúde Sexual e Reprodutiva I

22485 - VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA CLASSE
OLIVIA NOGUEIRA HIRSCH - PUC-RIO


Apresentação/Introdução
Esta comunicação procura compreender os significados atribuídos aos termos parto “natural” e parto “humanizado” por mulheres de camadas populares e médias, bem como discutir o conceito de “violência obstétrica”, tomando como ponto de partida a questão da classe. A pesquisa, na área de Antropologia, envolveu dois campos: uma casa de parto pública e um grupo de preparação para o parto “humanizado”.



Objetivos
Compreender os significados atribuídos aos termos parto “natural” e parto “humanizado” por mulheres de diferentes classes sociais. Além disso, analisar como a “violência obstétrica” é percebida, quando se leva em conta esse recorte de classe.



Metodologia
Durante a pesquisa, realizada nos anos de 2011 e 2012 em uma grande capital brasileira, foi feita observação participante em dois campos: em uma casa de parto pública, onde a pesquisadora manteve contato principalmente com mulheres de camadas populares vinculadas ao pré-natal da instituição, e em um grupo privado de preparação para o parto, localizado em uma área nobre da cidade e frequentado basicamente por mulheres de camadas médias. Além disso, foram entrevistadas 37 mulheres, entre gestantes e puérperas, provenientes dos dois grupos, sendo 25 vinculadas à casa de parto e 12 ao grupo de preparação para o parto.



Resultados
Foi possível observar que as mulheres de camadas populares praticamente não faziam referência ao termo parto “humanizado”. Em geral, privilegiavam a expressão parto “natural” que, grosso modo, se referia ao parto sem “ajuda”, isto é, “sem soro” ou “sem corte” (sem ocitocina e episiotomia). Já entre as mulheres de camadas médias os termos muitas vezes apareciam como intercambiáveis, mas em determinados momentos eram diferenciados: o parto “natural” muitas vezes figurava como livre de intervenções médicas e farmacológicas, enquanto o “humanizado” com frequência era descrito como aquele em que a mulher tinha seus direitos e escolhas respeitados.


Conclusões/Considerações
O estudo procurou apontar como o parto, uma experiência simultaneamente biológica, social e cultural, é mediado pela classe. A percepção do parto “natural” como um parto “sem ajuda”, que prevalecia entre as mulheres de camadas populares etnografadas, sugere uma positivação das intervenções, que são justamente denunciadas como atos de violência no contexto da atual discussão acerca da violência obstétrica.

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