27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC27d - Envelhecimento e Gênero |
27737 - DIFERENÇAS DE GÊNERO EM INDICADORES DE ENVELHECIMENTO ATIVO NO BRASIL: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2013. NEUCIANI FERREIRA DA SILVA SOUSA - UFMT, LHAIS DE PAULA BARBOSA MEDINA - UNICAMP, MARGARETH GUIMARÃES LIMA - UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP
Apresentação/Introdução Dadas as diferenças entre homens e mulheres em seus papéis, experiências e oportunidades durante o curso de vida, entende-se que uma abordagem de gênero é essencial para a efetivação da proposta política de Envelhecimento Ativo da Organização Mundial de Saúde, reconhecida como uma das principais estratégias para responder à revolução do envelhecimento populacional.
Objetivos Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi analisar as diferenças de gênero em indicadores de envelhecimento ativo entre idosos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada no Brasil em 2013.
Metodologia Trata-se de um estudo descritivo realizado com base em uma amostra de 11.177 indivíduos com 60 anos ou mais de idade, que responderam ao questionário individual da PNS. Estimou-se a participação em cinco domínios do envelhecimento ativo: 1) Atividades sociais (clubes, centros de convivência, etc.); 2) Participação política nos últimos 12 meses (movimentos comunitários, associação de moradores, etc.); 3) Prática de exercício físico ou esporte nos últimos três meses; 4) Trabalho remunerado na semana de referência e 5) Trabalho voluntário nos últimos 12 meses. As razões de prevalência e os intervalos de confiança (IC) ajustados por idade e região foram calculados pela regressão de Poisson.
Resultados Entre os entrevistados, 56,4% eram do sexo feminino. O percentual de envolvimento em atividades sociais organizadas foi de 25,1%, sendo 30% mais prevalente entre as mulheres (RP = 0,70; IC95%: 0,62-0,80), enquanto que a participação política foi relatada por 12,4% dos idosos, sendo maior entre os homens (RP = 1,27; IC95%: 1,08-1,49). Quanto à prática de atividade física ou esporte, 21,5% dos idosos a referiram, porém não houve diferença entre os sexos. A prevalência de trabalho remunerado foi de 20,7%, sendo maior entre os homens (RP = 2,34; IC95%: 2,06-2,66), enquanto que a de trabalho voluntário foi de 9,7%, sendo 25% mais prevalente entre as mulheres (RP = 0,75; IC95%: 0,62-0,91).
Conclusões/Considerações O estudo evidenciou uma clara polarização por gênero na dimensão social e do trabalho, possivelmente associada às expectativas de gênero assimiladas ao longo dos anos e ao acesso diferenciado de homens e mulheres a recursos, bens e serviços que otimizam a participação em certos domínios da vida. Estes achados reforçam a necessidade de estratégias adequadas de promoção do envelhecimento ativo de modo a reduzir as desigualdades de gênero.
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